O ator brasileiro Luca Bianchi,
que fez parte do filme “Tropa de Elite 2” , da novela global “Mulheres Apaixonadas” e
foi protagonista do novo longa-metragem de Marcos Prado, o psicodélico e
apaixonante “Paraísos Artificiais”, concedeu uma entrevista para A Bilheteria,
em que comenta como entrou no mundo do cinema, a sensação de trabalhar com José
Padilha e sobre a vida pessoal.
A Bilheteria - Antes de tornar-se
ator, você era lutador de jiu-jitsu. Porque você decidiu seguir a área da
dramaturgia?
Luca Bianchi - O Jiu-Jitsu
começou na minha infância. Meu pai era muito amigo do Royler Gracie. Isso fez
com que eu começasse a lutar desde muito pequeno, aos cinco anos de idade eu já
disputava campeonatos de jiu-jitsu. Chega a ser dificil pra mim lembrar da minha
infância antes do jiu-jitsu. Ou seja, a luta não foi uma escolha minha, quando
me dei conta, na adolescencia, eu já havia me tornado lutador há muito tempo.
Adorei ter crescido nesse meio, na minha opinião as artes marcias são exelentes
para o desenvolvimento dos limites e do caráter de um ser humano. Já a
dramaturgia eu escolhi por amor por volta dos meus vinte anos de idade. Depois
de algumas aulas de interpretação, percebi claramente como eu me sentia vivo
mergulhando nesse mundo de emoções. Tenho paixão pelo que faço.
AB - Como surgiu a oportunidade
de você atuar no filme Tropa de Elite 2?
LB - A oportunidade no
"Tropa 2" veio através de um teste. Estavam procurando atores para
serem os parceiros do Seu Jorge (que interpretou o Beirada, fictício chefe do
comando vermelho). Na época estava com o cabelo comprido, meio surfista, bem
diferente de um presidiário. No dia do teste passei a maquina três e fui. Fiz
cenas com o André Ramiro, saiu faísca, foi excelente, até eu fiquei surpreso.
Duas semanas depois me ligaram dando a notícia que eu faria o Rapé, principal
parceiro do Seu Jorge, fiquei muito contente.
AB - E como foi a experiência de trabalhar com o José Padilha?
AB - E como foi a experiência de trabalhar com o José Padilha?
LB - Foi maravilhoso trabalhar
com o Padilha, ele é muito inteligente, objetivo e sabe exatamente o que quer.
Isso facilita muito para o trabalho de ator. Fora isso, tive o prazer de
conhecer toda a equipe da Zazen e treinar com grandes atores.
AB - Tropa de Elite foi uma porta
para você tornar-se protagonista de Paraísos Artificiais? Como foram os testes?
LB - Tropa de Elite fez com que a
equipe da Zazen me conhecesse melhor. Mas não cheguei a ser convidado para o
papel do Nando. Na verdade, foram muitos testes para Paraísos... Eram muitos
atores. Fiz dois testes e passei para os nove finalistas. A partir daí, fizemos
uma semana de testes com a Fátima Toledo (Preparadora de elenco) onde ficavamos
todos juntos disputando os papéis. Eram todos muito bons atores e a disputa foi
linda e muito difícil para todos nós. Depois de uma semana recebi a notícia
pelo próprio Marcão (Marcos Prado).
AB - Você teve dificuldades para
entrar no seu personagem de Paraísos Artificiais? Quem é o Nando e você vê
semelhanças entre ele e você?
LB - Sim, tive um grande desafio!
Ser protagonista de um filme requer uma responsabilidade gigantesca. De uma
certa forma você tem que se tornar um apoio sólido para tudo o que acontece nas
filmagens. Para viver o Nando ainda tive que passar por uma preparação bem
puxada, pois a personagem passa por diversas situações de vida que eu não
passei e precisava transitar na sua maturidade durante o filme.
AB - Marcos Prado falou em várias
entrevistas que o trabalho de preparação com a Fátima Toledo foi dificultoso
para os atores. Por quê?
LB - Foi tudo bem intenso. A
Fátima Toledo é um mestre da interpretação. Não dá pra enganar ela.. (risos). E
para chegar nessa profundidade de realismo passamos diversas vivencias que são
muito profundas na psique humana. Na preparação tivemos que nos expor e nos
entregar de corpo e alma para que o resultado fosse realmente visceral. Graças
ao trabalho realizado pela Fátima e a coragem da entrega dos atores, a crítica
foi extremamente positiva com o trabalho de interpretação. Confesso que quando
sei que a Fátima vai preparar um elenco para um filme, fico com a sensação de
que os atores vão estar bem.
AB - Quais foram os momentos mais
desafiadores quando você atuou em Paraísos Artificiais ?
As cenas de sexo foram complicadas?
LB - Sem dúvida nenhuma as partes
mais complicadas do filme para mim foram as cenas de pós prisão do Nando. Eu
tinha que chegar num estado depressivo de quem tinha sido preso durante quatro
anos. As cenas de sexo não foram nem um pouco complicadas. Fora o desconforto
de ficar nú na frente da equipe (que já era reduzida, só o diretor e o
fotografo Lula Carvalho que ficavam no set) foi tudo bem tranquilo.
AB - Você já tinha feito cenas de
amor, tão ousadas como as de Paraísos Artificiais?
LB - Já tinha feito cenas de
sexo, mas nunca tão intensas. Passamos horas filmando aquelas cenas. Na verdade
era até engraçado o Marcão dirigindo as marcas que devíamos fazer. No inicio
sempre fica um desconforto, depois fomos entendendo o que o Marcos queria, e o
resultado ficou lindo.
AB - É verdade que, durante as
filmagens dessa história de amor fictícia com a Lívia, surgiu uma história real?
LB - É, verdade. Eu e a Lívia nos
apaixonamos durante a preparação quando olhamos um para o outro de verdade. Mas
só começamos a viver uma história de amor no meio das filmagens. No hotel,
quando terminavam as gravações, eu ia pro quarto dela escondido pra ninguém
ficar sabendo. Rsrsrs. Estamos juntos até hoje. A Lívia é incrível!
LB - Eu estou no casting de um
novo longa metragem chamado "Moto Anjos" (Dirigido por Joe Tripician)
que será rodado agora no segundo semestre. Uma História de moto boys em São Paulo. E eu e a
Livia estamos produzindo uma peça. Queremos atuar juntos.
Se você ainda não viu "Paraísos Artificiais", clique aqui e leia a crítica que A Bilheteria fez sobre o filme!
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