23 de junho de 2012

Entrevista | Luca Bianchi


O ator brasileiro Luca Bianchi, que fez parte do filme “Tropa de Elite 2”, da novela global “Mulheres Apaixonadas” e foi protagonista do novo longa-metragem de Marcos Prado, o psicodélico e apaixonante “Paraísos Artificiais”, concedeu uma entrevista para A Bilheteria, em que comenta como entrou no mundo do cinema, a sensação de trabalhar com José Padilha e sobre a vida pessoal.




A Bilheteria - Antes de tornar-se ator, você era lutador de jiu-jitsu. Porque você decidiu seguir a área da dramaturgia?

Luca Bianchi - O Jiu-Jitsu começou na minha infância. Meu pai era muito amigo do Royler Gracie. Isso fez com que eu começasse a lutar desde muito pequeno, aos cinco anos de idade eu já disputava campeonatos de jiu-jitsu. Chega a ser dificil pra mim lembrar da minha infância antes do jiu-jitsu. Ou seja, a luta não foi uma escolha minha, quando me dei conta, na adolescencia, eu já havia me tornado lutador há muito tempo. Adorei ter crescido nesse meio, na minha opinião as artes marcias são exelentes para o desenvolvimento dos limites e do caráter de um ser humano. Já a dramaturgia eu escolhi por amor por volta dos meus vinte anos de idade. Depois de algumas aulas de interpretação, percebi claramente como eu me sentia vivo mergulhando nesse mundo de emoções. Tenho paixão pelo que faço.

AB - Como surgiu a oportunidade de você atuar no filme Tropa de Elite 2?

LB - A oportunidade no "Tropa 2" veio através de um teste. Estavam procurando atores para serem os parceiros do Seu Jorge (que interpretou o Beirada, fictício chefe do comando vermelho). Na época estava com o cabelo comprido, meio surfista, bem diferente de um presidiário. No dia do teste passei a maquina três e fui. Fiz cenas com o André Ramiro, saiu faísca, foi excelente, até eu fiquei surpreso. Duas semanas depois me ligaram dando a notícia que eu faria o Rapé, principal parceiro do Seu Jorge, fiquei muito contente.

AB - E como foi a experiência de trabalhar com o José Padilha?

LB - Foi maravilhoso trabalhar com o Padilha, ele é muito inteligente, objetivo e sabe exatamente o que quer. Isso facilita muito para o trabalho de ator. Fora isso, tive o prazer de conhecer toda a equipe da Zazen e treinar com grandes atores. 

AB - Tropa de Elite foi uma porta para você tornar-se protagonista de Paraísos Artificiais? Como foram os testes?

LB - Tropa de Elite fez com que a equipe da Zazen me conhecesse melhor. Mas não cheguei a ser convidado para o papel do Nando. Na verdade, foram muitos testes para Paraísos... Eram muitos atores. Fiz dois testes e passei para os nove finalistas. A partir daí, fizemos uma semana de testes com a Fátima Toledo (Preparadora de elenco) onde ficavamos todos juntos disputando os papéis. Eram todos muito bons atores e a disputa foi linda e muito difícil para todos nós. Depois de uma semana recebi a notícia pelo próprio Marcão (Marcos Prado).

AB - Você teve dificuldades para entrar no seu personagem de Paraísos Artificiais? Quem é o Nando e você vê semelhanças entre ele e você?

LB - Sim, tive um grande desafio! Ser protagonista de um filme requer uma responsabilidade gigantesca. De uma certa forma você tem que se tornar um apoio sólido para tudo o que acontece nas filmagens. Para viver o Nando ainda tive que passar por uma preparação bem puxada, pois a personagem passa por diversas situações de vida que eu não passei e precisava transitar na sua maturidade durante o filme.

AB - Marcos Prado falou em várias entrevistas que o trabalho de preparação com a Fátima Toledo foi dificultoso para os atores. Por quê?

LB - Foi tudo bem intenso. A Fátima Toledo é um mestre da interpretação. Não dá pra enganar ela.. (risos). E para chegar nessa profundidade de realismo passamos diversas vivencias que são muito profundas na psique humana. Na preparação tivemos que nos expor e nos entregar de corpo e alma para que o resultado fosse realmente visceral. Graças ao trabalho realizado pela Fátima e a coragem da entrega dos atores, a crítica foi extremamente positiva com o trabalho de interpretação. Confesso que quando sei que a Fátima vai preparar um elenco para um filme, fico com a sensação de que os atores vão estar bem.

AB - Quais foram os momentos mais desafiadores quando você atuou em Paraísos Artificiais? As cenas de sexo foram complicadas?

LB - Sem dúvida nenhuma as partes mais complicadas do filme para mim foram as cenas de pós prisão do Nando. Eu tinha que chegar num estado depressivo de quem tinha sido preso durante quatro anos. As cenas de sexo não foram nem um pouco complicadas. Fora o desconforto de ficar nú na frente da equipe (que já era reduzida, só o diretor e o fotografo Lula Carvalho que ficavam no set) foi tudo bem tranquilo.

AB - Você já tinha feito cenas de amor, tão ousadas como as de Paraísos Artificiais?

LB - Já tinha feito cenas de sexo, mas nunca tão intensas. Passamos horas filmando aquelas cenas. Na verdade era até engraçado o Marcão dirigindo as marcas que devíamos fazer. No inicio sempre fica um desconforto, depois fomos entendendo o que o Marcos queria, e o resultado ficou lindo.

AB - É verdade que, durante as filmagens dessa história de amor fictícia com a Lívia, surgiu uma história real?

LB - É, verdade. Eu e a Lívia nos apaixonamos durante a preparação quando olhamos um para o outro de verdade. Mas só começamos a viver uma história de amor no meio das filmagens. No hotel, quando terminavam as gravações, eu ia pro quarto dela escondido pra ninguém ficar sabendo. Rsrsrs. Estamos juntos até hoje. A Lívia é incrível! 

AB - Você tem um novo projeto para futuro? Algum filme, novela ou peça teatral em vista?

LB - Eu estou no casting de um novo longa metragem chamado "Moto Anjos" (Dirigido por Joe Tripician) que será rodado agora no segundo semestre. Uma História de moto boys em São Paulo. E eu e a Livia estamos produzindo uma peça. Queremos atuar juntos.  






Se você ainda não viu "Paraísos Artificiais", clique aqui e leia a crítica que A Bilheteria fez sobre o filme!

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