31 de março de 2012

Estreias da Semana (de 30/03 até 06/04)


Furia de Titãs II ( Wrath of the Titans ) 

Estados Unidos, 2011
Diretor: Jonathan Liebesman
Classificação: 12 anos
Duração: 99 minutos


 Histórias sobre a mitologia grega nunca saturam? O teste para esse tese é o segundo Furia de Titãs. Uma história meio confusa, um pouco "exagerada" e novamente temos o tempero do filme. Se você espera ver algo fiel aos velhos mitos e sensato, sugiro que não saia de casa. Se quiser ver ação, sangue de monstros, porradaria e armaduras legais, o filme é uma boa sugestão.



Maré Negra (Dark Tide) 

Estados Unidos, 2012
Diretor: John Stockwell
Classificação: 14 anos
Duração: 94 minutos

Tubarões, uma história fraca, mais tubarões, mordidas, tubarões, Halle Berry e mais tubarões. Quando li a sinopse e vi o trailer do filme, foi essa minha impressão. Dentes para cá, mordidas para lá e nada produtivo. Vale a pena ver um tubarão perseguindo a Halle na telona? Prefiro o Magneto, mas para quem gosta do gênero, provavelmente não pode perder o longa.



Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror) 

Estados Unidos, 2012
Diretor: Tarsem Singh
Classificação: Livre
Duração: 106 minutos

Provavelmente a melhor estréia da semana. Um clássico repensado, a história da Branca de Neve, com todos os anões e tudo que se tem direito, e a Julia Roberts interpretando uma rainha má e inveja. Se isso não for motivo para te fazer ir ao cinema realmente entenderei o porquê de filmes com tubarões lotarem as bilheterias...


Iron Sky (Iron Sky) 

Finlandia, 2012
Diretor: Timo Vuorensola
Classificação: Livre
Duração: 93 minutos

Não era uma piada. Não era uma pegadinha do "malandro". Realmente vai sair um filme ucrônico sobre como seria o mundo caso os nazistas fossem para a lua no final da segunda guerra mundial e depois voltassem para dominar o planeta. Bem, não tenho mais nada para falar, boa sorte para quem assistir.



American Pie - O reencontro (American Reunion) 

Estados Unidos, 2012
Diretor: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Classificação: 18 anos
Duração: 110 minutos
American Pie é American Pie, como diria o velho poeta. O filme que moldou a juventude de uma geração volta para mostrar como aqueles personagens que marcaram e transformaram a comédia "chanchada" dos EUA. Stiffler e os demais se reencontrarão depois de anos, agora cada um com sua vida. Essa é a continuação oficial da saga, e não aquelas bizarrices como American Pie e o golf... (WHY)


No Cine Araujo do Shopping Palladium temos em exibição: Furia de Titãs 2; Jogos Vorazes; Protegendo o Inimigo e O Lorax.  Já no Cinema Lumière no Shopping Total temos em cartaz: Espelho, Espelho Meu; Drive; Jogos Vorazes; Furia de Titãs 2;  O Lorax; John Cartert: Entre Dois mundos; Tão forte e tão perto e Motoqueiro Fantasma 2

30 de março de 2012

Crítica | Paris, Texas

“Accueil” palavra francesa que significa “bem vindo”. Aos poucos a paisagem Laissez Faire da cinematografia de Wim Wenders, cineasta naturalizado estadunidense mostra-se um estilo novo e pouco usado na maioria dos filmes comerciais e independentes, que estão à disposição para a maioria dos cinéfilos.

“Paris, Texas”, difícil é declarar que esse filme foi o melhor da carreira de Wim Wenders, mas uma coisa é certa podemos considerar o filme uma verdadeira obra prima. Mas como podemos caracteriza um bom filme de apenas uma mera história mal contada por filmagens. Podemos hoje encontrar diversos estilos para essa classificação, temos o estilo Eduardo Escorel mais ligado a história com lembranças e analogias com o período do cinema novo, ou o inverso de Escorel como o estilo André Miranda que aborda a qualidade a partir de conceitos de fotografia e enredo. Além desses exemplos nacionais temos inúmeras abordagens sobre a qualidade de um filme, desde Dziga Vertov na União Soviética até Umberto Eco na atualidade.

Mas qual a principal idéia do que é uma obra prima? Sempre fico em dúvida quando decido classificar um filme como bom, pois na realidade nosso trabalho como crítico está mais ligado na indicação de uma obra ao público do que a certos juízos. Voltando ao contexto de “Paris, Texas” o que torna o filme particularmente uma obra de qualidade superior, está não apenas na assinatura de uma das lendas do cinema, mas a um estilo de filmagens que o próprio diretor cravou durante a sua carreira. Enumerando essas características, percebemos nos filmes de Wim Wenders a escolha por tomadas panorâmicas e gerais com o objetivo de explorar a paisagem, mostrando a relação entre homem e o meio.

As histórias de Wim sempre contam com um personagem principal masculino que enfrenta seus medos e fraquezas para alcançar seu objetivo. Uma breve sinopse de “Paris,Texas”, conta a vida de Travis Henderson (Harry Dean Stanton) um homem que acorda no meio de um deserto no Texas e não lembra que ele é. Vagando pelas estradas do estado ele encontra seu irmão, Walt Henderson (Dean Stockwell) que leva Travis até a sua casa. Na casa de Dean, Travis reencontra seu filho Hunter Henderson (Hunter Carlson) e começa a reativar a sua memória.

“Paris, Texas” foi uma produção franco-germânica, que foi gravada nos Estados Unidos, o nome do filme vem de uma fazenda de nome, localizada no estado do Texas na fronteira dos Estados Unidos com o México. Mais além dessa discussão, considero esse filme uma obra prima mais pelo conteúdo que apresenta e a inovação artística de Wim Wenders, claro se ninguém aceitar a minha opinião, eu entendo, mas mesmo assim e quase incomum deixar “Paris, Texas” fora da lista dos melhores filmes dos anos 80.

Obrigado pelo tempo que você passou lendo essa critica e “jusqu'à la prochaine”*

*Até a próxima

29 de março de 2012

Adaptação | Wanted (O Procurado)

"This is my face while I'm fucking you in the ass."
Como todo grande fã de livros ou quadrinhos, eu costumava ficar puto com a maioria das adaptações cinematográficas de nossos ídolos de papel. Porém, já há algum tempo, busco liberdade de tal fúria. Assisto aos filmes com um olhar menos crítico, tentando pensa-los como uma produção independente, que, quem sabe, lembre agradavelmente as obras sobre as quais eles se construíram.
Consegui assistir aos últimos filmes de Harry Potter sem esbravejar contra tantos ultrajes à trama original. Vi Watchmen e suportei a fuga da profundidade da obra de Allan Moore. Perdoei Peter Jackson por não ter incluído o Tom Bombadil na trilogia do Senhor dos Anéis...
...
Bem, o Bombadil é um dos caras mais fodas que passaram pelas páginas de Tolkien, mas, OK, a adaptação da obra foi espetacular. Bombadil não foi necessário.
Mas que seria demais vê-lo nas telonas... Ah, como seria.
...
Enfim, acredito que me tornei uma pessoa melhor. Mais tolerante. E menos chata, porque convenhamos, é muito ruim ver um filme com um babaca reclamando o tempo todo ao seu lado.
Porém, como a onda que destrói o castelo de areia, quando só lhe falta uma torre, Hollywood resolveu adaptar “O Procurado”.
Eu havia lido os quadrinhos – um arco de 6 edições – há pouco. Eles tratam de coisas como moral, liberdade, violência, sistema e a batalha entre bem e mal, de uma maneira totalmente diferente da usual. Mark Millar, o autor, criou um personagem que, clichê, é um completo perdedor. Wesley Gibson é hipocondríaco, odeia seu trabalho, odeia sua vida e sua namorada o traí com seu melhor amigo, e ele sabe disso.
De súbito, enquanto ele compra seu almoço – a porra de um sanduíche – uma mulher, Fox, o interpela e sua vida se transforma. Gibson, sem saber, era filho do maior assassino do seu tempo, o Matador. Este, por sua vez, fazia parte da organização que comanda o mundo desde a grande derrocada dos super-heróis (é, eles existiram. E foram derrotados), a “Fraternidade”.
A Fraternidade é uma rede criminosa composta pelos super-vilões que derrotaram os heróis em 1986 e, desde então, são donos do planeta. Quando o Matador é assassinado, a Fraternidade busca aliciar Wesley. É preciso que sempre exista um Matador.
Nosso protagonista passa por um árduo treinamento, que, além de tiro e luta – habilidades que lhe parecem iantas – incluem liberações de fúria, depravação e niilismo sem sentido contra todo o tipo de lei, bondade ou moral que exista. Wesley é levado a experimentar a liberdade extrema. E gosta disso.
Os quadrinhos não tentam passar uma mensagem. Não dizem o que você deve fazer para deixar de ser um perdedor. A historia parece apenas querer jogar merda no ventilador social e rir, ao vê-la se espalhar. Wesley se torna a porra de um vilão “Badass” e saí fodendo com tudo. O que rende uma bela história, cheia de referências pop, traições, miolos voando e membros perdidos, largados em poças de sangue.
Então veio a adaptação. Com grandes nomes como Morgan Freeman e Angelina Jolie, e a premissa de contar a historia de Wesley Gibson, o filme prometia. Maldita ilusão. O novo o Procurado só pegou o clichê do perdedor covarde que, apoiado por algumas mãos, se levanta e se torna fodão.
A Fraternidade passou a ser um grupo de assassinos conduzidos pela droga do lema "matar um para salvar mil". Os alvos do grupo se tornaram pessoas que interfeririam na ordem do mundo, causando muitas outras mortes. Tudo supostamente funcionando em nome de um “bem maior” e indo totalmente contra o conceito de maldade libertina da HQ.
Para completar o quadro, os alvos que deveriam ser eliminados, pelo bem da humanidade, eram escolhidos pela droga de um tear mágico, que de algum jeito besta escrevia os nomes dos que deveriam virar presunto.
Ainda assim, o filme tem lá seus momentos divertidos e algumas boas sacadas. Não é totalmente tempo perdido. Mas não chega aos pés dos quadrinhos e não merece carregar o nome que ostenta. As únicas coisas que ele mantem são os nomes dos personagens. E não todos. Aliás, alguns dos personagens da HQ parecem ter sido feitos pensando no ator que deveria encená-los. Pode ser ilusão minha, portanto não me aprofundarei. Se sentirem-se instigados, leiam os quadrinhos e busquem semelhanças de personagens com algumas celebridades que poderiam tê-los representado.
Como adaptação, O Procurado não merece receber nota alguma. Me recuso a considera-lo. Como filme, bem, as cenas de ação até são legaizinhas, tem o Morgan Freeman, o que sempre soma um pouco, a Angelina Jolie está linda e a atuação de James MacAvoy foi bastante boa. Vale um 5,5.

28 de março de 2012

Notícias | 28/03


 Cantando na Chuva completa 60 anos

A famosa cena do musical hollywoodiano é conhecida até pelo mais amador em Cinema, quem não tem a mínima noção sobre o assunto pode facilmente identificá-la. Há exatos 60 anos, no dia 27 de março de 1952, estreava o então aclamado, dirigido por Stanley Doney, o Cantando na Chuva. O filme que, assim como o mais recente vencedor do Oscar, O Artista, trata-se do conflito entre cinema mudo e falado e traz em seu elenco: Gene Kelly, Jean Hagen e Donald O’Connor. Após 60 anos de lançamento, podemos dizer que o musical mantém seu sucesso e continua a adquirir admiradores. Viva o icônico Dançando na Chuva!



Liam Neeson tem lugar garantido na sequência de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

A Warner Bros confirmou reaparição do ator na interpretação do vilão, Rha’s Al Ghul, papel que já havia interpretado em Batman Begins. Neeson apenas confirmou a atuação após ser pego no set de gravações do thriller, que terá na direção Christopher Nolan. O mistério gira em torno de como será sua aparição no filme, pois o personagem supostamente morreu em Batman Begins. Nos resta aguardar a estreia de “O Cavaleiro das Trevas” para conferir!





Atriz e Diretor comparecem a première de Titanic 3D

Kate Winslet e James Cameron estiveram presentes na premíere mundial da versão 3D de Titanic em Londres, na última terça-feira (27-03). O ator Leonardo DiCaprio não pôde comparecer devido a outros compromissos profissionais. Após 15 anos de sua estreia oficial, a nova versão do vencedor de 11 Oscars da Academia estreia no próximo mês de abril em cinemas do mundo todo.






Série Smash estreia hoje no Brasil


Criada por Theresa Rebeck e produzida por Steven Spielberg, a série musical traz nomes como Debra Messing, Katharine McPhee, Anjelica Huston, Megan Hilty, Jack Davenport e Christian Borle. A série, diferente dos atuais musicais de mesmo gênero, possui temática adulta e retrata a batalha de atores e dançarinos da Broadway “desde o nascimento de um grande espetáculo à luta de atores e dançarinos – passando pelo processo cansativo de ensaios e audições – na conquista de um grande papel”, conforme consta no Estadão. A série está com segunda temporada confirmada por conta da aceitação do público americano. E no Brasil? Basta esperar para ver a repercussão.




Cine Alternativo | Balada do Amor e do Ódio

 Tivemos quebra-pau na redação ontem e não pudemos postar. MENTIRA GENTE, só tivemos problemas com nosso curso. Enfim! Cinema alternativo! O filme de hoje - Balada Triste de Trompeta - é espanhol, e foi dirigido e produzido pelo diretor Álex de la Iglesia, também responsável pelo thriller/comédia Crime Ferpecto (não, eu não errei as letras). 

A própria sinopse do filme não consegue sequer se aproximar de sua proposta. Para começar, é importante dividir o filme em três fases, a infância, a adolescência e a fase adulta do protagonista Javier. Durante a guerra civil espanhola (1936), o jovem Javier, filho de um palhaço, é fascinado pelo trabalho do pai, até o momento em que militares invadem um espetáculo para obrigar todos os homens presentes a lutar. Para poder proteger as crianças e as mulheres presentes, os homens se dispõem a ajudar. Ocorre então uma cena que eu jamais tinha visto em qualquer outro filme: homens, vestidos de palhaços, em meio a um cenário de guerra. O cenário, a tensão e a emoção da cena é fascinante. O pai de Javier luta bravamente munido de um facão (tipo do Jason, sabe?) até ser preso pelo exército, deixando Javier sozinho

Alguns anos depois o pai de Javier, ainda preso, trabalhando em uma mina, pede para que ele se vingue de quem lhe causou sofrimento. Javier o faz, explodindo a mina onde seu pai trabalhava, fato que levou o Coronel Salcedo a matá-lo. Revoltado, Javier fura o olho do coronel e foge. Consumido pela tristeza e amargura de toda sua infância e adolescência, observamos sua transição e sua entrada para um novo circo, com o papel de palhaço triste. É característico o estereótipo de cada palhaço nos circos espanhóis (o triste, o esperto, o bobo etc.). 

No novo circo, Javier se apaixona por Natália - a belíssima Carolina Bang - noiva do popular palhaço bobo, que é um machista, grosso, possessivo e agressivo. Em mais um ápice de drama, os dois palhaços passam a disputar a atenção de Natália até que Javier, consumido pela humilhação, deforma o rosto do palhaço bobo, Sérgio. Durante sua fuga, é capturado pelo exército que havia prendido seu pai e passa a ser tratado como cão por vingança da parte do coronel cujo olho havia furado. 

Em três parágrafos mostrei quatro ápices do mesmo filme, fato que, normalmente, cansaria qualquer espectador, no entanto, a quantidade de tramas de cada situação, que envolve drama, suspense e apesar de tudo, comédia, é muito bem arquitetada. O filme é, de certa forma, perturbador, caótico, poderíamos dizer. Acompanhar a trajetória de má sorte de Javier gera uma crescente curiosidade em todos nós. 

Ao final do filme, observamos então o momento mais bizarro. Javier enlouquece de verdade e passa a ser o "palhaço vingador". Cria uma imagem de palhaço utilizando ferramentas que ficam dentro de seu cativeiro, deformando seu rosto de forma assombrosa, foge e vai em busca de Natália, gerando um desfecho inimaginável para um filme assim. 

Sabe aquele filme que não faz parte do seu "tipo"? Pode não ser esse, mas sem dúvida faz parte de um dos filmes mais criativos e diferentes que já vi. A loucura, o amor, a raiva e todos os sentimentos possíveis são expressos pelos principais personagens da história. O destaque, logicamente, vai para Carlos Arceres, que interpreta Javier. As cenas e diálogos entre ele e Sérgio, assim como as discussões sobre Natália possuem uma profundidade sentimental que, se não bem examinada, pode até destoar do filme. A Balada do Amor e do Ódio é para sorrir. E para chorar. 

26 de março de 2012

Notícias | 26/03


Os amigos se divertem e “Os Fantasmas também”


Igual a Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese, Tim Burton e Johnny Depp vivem em situações semelhantes na relação diretor e ator preferido. Após Tim declarar que está interessado em produzir “Beetlejuice 2”, o roteirista do filme,Seth Grahame-Smith, brincou em uma entrevista na MTV que não deve conseguir evitar uma participação do ator [Johnny Deep] no novo longa. “É possível que ele (Depp) me obrigue a colocá-lo no filme", declarou Smith.


Um filme sobre a produção de um filme com Alfred Hitchcock

Para você que é fã filmes sobre os bastidores do cinema, ou adora os filmes do diretor Alfred Hitchcock e bom conferir o longa sobre a produção do filme “Psicose” que colocou Hitchcock no pedestal do cinema. Em Alfred Hitchcock and the Making of Psycho título sugestivo para um filme sobre os bastidores das filmagens de Psicose.
O longa-metragem mostra o esforço do diretor para rodar um filme de terror voltado para adolescentes. Sem o apoio ele roda o filme com um orçamento baixo o que depois torna-se um clássico do suspense do suspense norte americano.



James Cameron procura Titanic (espero que encontre o diamante)

O diretor e produtor de "Titanic", James Cameron, vez uma viagem ao ponto mais profundo do Oceano, conhecido como o fundo da Fossa das Marianas, no Pacífico, a sudoeste de Guam. James percorreu uma distância de aproximadamente 11 quilômetros abaixo da superfície do oceano, informou a National Geographic Society, que está supervisionando a expedição. Provavelmente James encontre o Coração do Oceano o diamante que Rose (Kate Winslet/Gloria Stuart) deixa cair no mar.


Na estrada com estilo brasileiro

On the Road- Na estrada é uma adaptação de clássico literário de Jack Kerouac e está na direção do brasileiro Walter Salles. O filme é a história de dois jovens que embarcam em uma viagem pelos Estados Unidos, atravessando o país. A obra teve grande influência para a juventude americana dos anos 60.
Dirigido por Walter Salles e produzido por Francis Ford Coppola, o longa está cotado para ter sua première mundial do Festival de Cannes, que acontece entre os dias 16 e 27 de
maio. A estreia no Brasil está prevista para pouco depois, no dia 8 de junho. No elenco temos os atores Garrett Hedlund, Kristen Stewart, Kirsten Dunst, Steve Buscemi, Amy Adams e para completar a brasileira Alice Braga.

Especial | Planeta Terror (Quentin Tarantino)

 Seria impossível permitir que a Luiza falasse sobre Death Proof sem falarmos sobre Planet Terror. Por que? Simples, toda essa explicação que a Lu deu sobre referências a outros filmes (também presentes em Planeta Terror), trata-se da homenagem que Quentin e Robert Rodriguez fizeram ao popular Grindhouse. Não sabe do que se trata? Então, nos anos 70, as salas de cinema que exibiam filmes de terror de baixa produção - Filmes "B" - possuíam esse nome. Nestas salas, os filmes, que continham praticamente só cenas de sexo e violência, você pagava para assistir dois filmes ou mais em uma única sessão. Entendeu porque Death Proof e Planet Terror são o mesmo projeto Grindhouse? Inclusive o filme Machete surgiu de um dos falsos trailers antes dos filmes começarem. 

MAS vamos ao que interessa, Planeta Terror. Sabe essas cidadezinhas do interior(rrrr) do Texas? Então, um gás (alguma coisa tóxica, do exército, super criativo isso) transforma parte dessa população em criaturas cheias de cicatrizes (MUITO NOJENTAS) e sem capacidade de raciocínio, a não ser pela vontade de comer carne humana. Ponto. Pelo menos são só criaturas pseudo-retardadas, denominadas sickos. Só usarei o termo zumbis porque ficar falando não-zumbis é um saco. Agora o filme começa a ficar legal: A stripper Cherry Darling - interpretada pela diva Rose McGowan - teve sua perna arrancada pelos monstros e ficou LOCA LOCA LOCA. Ah, a Fergie (sim, do Black Eyed Peas) participa do filme. Até ter o coração arrancado. Quando a Cherry vai para o hospital (blá blá blá) o médico descobre que a esposa, Dakota - a loirassa maravilhosa Marley Shelton, de Sin City, sabe? - ia fugir com a louca do coração arrancado, e prende ela em um armário, com as mãos sedadas (???). 

Tá, depois de várias enrolações, cenas de sangue, a Cherry e a Dakota se unem por um contexto X e a Cherry tem, no lugar da sua perna, uma metralhadora. MANO, ela tem uma metralhadora na perna. QUALQUER ARGUMENTO é inválido contra uma stripper sensual irritada e com uma metralhadora no lugar da perna. Então o pequeno grupo de sobreviventes (que também inclui duas gêmeas bizarras, a enfermeira lésbica e o cherife-preenche-espaço) vai atrás de respostas pra entender que porra é essa o que está acontecendo. Tarantino também aparece no filme (hábito do menino) como um cara que tenta estuprar a enfermeira. Mas ele está infectado e o pênis dele se decompõe. É. 

Aí você me (e se) pergunta: por que assistir isso? DIVERSÃO! O filme não tem uma proposta reflexiva, o filme, diferente de outros do Tarantino, não tem um propósito profundo e reflexivo além do que ele exibe explicitamente. A homenagem aos filmes de terror dos anos 70 sendo trazida para o cinema hoje, com uma produção propositalmente trash é engraçadíssima, em um roteiro que, de tão bobo, é genial! Sem contar que, além do próprio Tarantino, o cara responsável pelo acidente, é o Bruce Willis (outro dos parceiros de Tarantino), e também há várias outras participações especiais (como o Sayid, de Lost. Não me importa o nome dele, ele sempre será o Sayid de Lost). E a trilha sonora colabora muito para o dinamismo próprio do filme. 

Pensando em Planet Terror, até me lembrei do filme Zombie Strippers, farei uma crítica dele essa semana, até. AAHAHAHAHAHAHAHAHA Mas o que interessa é: Planet Terror, VALE A PENA VER (DE NOVO). 

Especial | À Prova de Morte (Quentin Tarantino)

Tarantino não inovou no quesito sensualidade + terror, mas com toda a certeza posso dizer que inovou na questão de deixar um filme, rotulado como trash, bom. Death Proof é sobre um ex-dublê que possui um carro possante exclusivo para ser usado na profissão, um carro “à prova de morte”. Equipado com o vantajoso veículo, ao invés de usá-lo para automutilação ou para aventuras radicais, o Stuntman Mike (Kurt Russel), como é chamado, prefere perseguir sensuais e lindas jovens até a morte, literalmente. O primeiro grupo de meninas, as azaradas, devo assim dizer, se deu mal, já quanto ao segundo, deu ao “cara-mal” o que merecia.
A “equipe sensualidade” de Quentin Tarantino é formada por Rosario Dawson, Vanessa Ferlito, Sydney Tamija Poitier, Tracie Thoms, Rose McGowan, Jordan Ladd, Mary Elizabeth Winstead, Marcy Harriell e a simpática Zoe Bell, dublê na vida real, interpretando nada mais nada menos do que... ela mesma.

O roteiro foi minuciosamente manipulado por Tarantino, garantiu ao filme uma boa reputação e crítica. O filme tem um ritmo adolescente, rápido; a última perseguição tem um toque de Velozes e Furiosos (críticas à parte), pois consegue deixar o telespectador grudado na tela, na expectativa, tenso.
Se comparadas ao Resevoir Dogs as meninas de Death Proof não deixam a desejar, é claro que dessa vez o grupo seletivo faz parte do time dos “mocinhos”, ou deveria dizer mocinhas? E moças apimentadas, não encarnadas no corpo de loira, indefesa, inocente e com, necessariamente, partes do corpo avantajadas. As moças de Tarantino além de apresentarem a sensualidade (pelo menos o segundo grupo delas), conseguem ainda apresentarem inteligência como qualidade, quebrando os ditados. Bem, voltando a comparação, há uma cena no filme em que as meninas tem uma conversa comum, falas que não são fundamentais para o entendimento da história, mas que sem sombra de dúvida, dão um toque de realismo, voltam a aparecer como em Resevoir Dogs.

A sua então homenagem aos trash movies dos anos 70 é cheia de referência, podemos listar de início a primeira cena: Jungle Julia (a locutora sensual pertencente ao primeiro grupo de garotas) deita-se embaixo de um pôster de Bridget Bardot, na mesma posição que a antiga atriz. As referências não acabam por aí e são inclusive a filmes seus. Podemos notar, por exemplo, que além da conversa aleatória como em Resevoir Dogs o segundo grupo de meninas, tem um carro amarelo com listras pretas, ok, aqui vai à pergunta: A qual filme de Tarantino se remete as cores amarela e preta? Tic toc ti... KILL BILL! É claro. Com referência não clara o suficiente, Tarantino faz questão de colocar como toque de celular de uma de suas personagens, a música pertencente à trilha sonora de Kill Bill.

Quase que separado em dois pequenos filmes, com um mesmo (e feio) vilão é claro, ao ir pra “segunda parte” Tarantino faz uma pequena sequência em preto e branco, remetendo aos trash movies, que não dispunham de grande orçamento. Se você ficou com cara de interrogação ao ver uma cena metade P&B, metade colorida: não se preocupe, basta ter doutorado em Cinema para entendê-la, mas contiuemos...

Outro recurso a ser notado é os “shots”, os congelamentos de imagem seguidos por fotografias detalhadas, isso fica complicado de se explicar com palavras. Pois então, temos um exemplo: ao colidir com o carro de Stuntman Mike, Tarantino faz uma sequência de shots que mostram detalhadamente (e uh, dolorosamente) a morte das garotas, o que acontece com seus corpos quando a física entra em ação durante a batida.

 Poderíamos falar sobre Tarantino por parágrafos e mais parágrafos, mas eu os deixo com a conclusão de que ao final do filme o que me vem a cabeça é: “Dude, you shouldn’t mess with us”. O final tem um “quê”, dos muitos charmosos, de feminismo, de algo poderoso. Apesar de não ter sido lançado comercialmente, Death Proof mostra sua potencia diante dos filmes trash e destaca-se, corra atrás do prejuízo e encontre “a prova de morte” mais perto da sua casa.

25 de março de 2012

Especial | Cães de Aluguel (Quentin Tarantino)


“Ban, ban, ban”, este é o som que o espectador mais ouve no filme “Cães de Aluguel” (Reservoir Dogs, 1992).

Escrito, dirigido e atuado por Quentin Tarantino, o longa é o primeiro do diretor que estabeleceu um novo modelo de cinema nos anos 90. Com um espetáculo gráfico, violento e estilizado, Cães de Aluguel reúne as principais referências de Tarantino (filmes de samurais, westerns e gangsters), formando o estilo “coquetel molotov”.

Durante um assalto a joalheria, Mr. White (Harvey Keitel), Mr. Orange (Tim Roth), Mr. Pink (Steve Buscemi) e Mr. Blonde (Michael Madsen), os quatro assaltantes contratados por Joe Cabot (Lawrance Tierney), são surpreendidos pela polícia e, após um tiroteio, conseguem escapar. No entanto, há uma dúvida: Quem os traiu? Quem vai levar Mr. Orange para o hospital, que foi baleado e está sangrando até a morte? Mr. Blonde é um psicopata?

A utilização de um roteiro elaborado (referência dos longas de Godard), que muitas vezes pode parecer grosseiro pelas falas cheias de gírias e palavrões, como na cena em que Mr. White, com uma arma apontada para Mr. Pink, grita: “I will fuck you, you fucking unfuckeable motherfucker” e a famosa cronologia não linear de Tarantino, formam uma teia de intrigas e situações que fazem com que o espectador não desgrude os olhos da tela. A técnica do uso dos flashbacks para remontar como cada bandido recebeu as instruções do trabalho funciona magistralmente. 
O posicionamento da câmera, normalmente com uma distância dos personagens e estática (influência de Sergio Leone) e, a única ressalva, o final seco com a cena de tiroteio – obviamente retirada do filme “O Grande Golpe” de Stanley Kubrick – montam esta ação satírica e até mesmo sádica de Tarantino. A utilização da música pop (como na cena em que Mr. Blonde arranca a orelha do policial) movimenta a platéia, que, por vezes, vê-se perdida durante o filme e precisa retomar o fôlego.

Tarantino não tem medo de parecer politicamente incorreto em nenhum momento. A caracterização do negro como a parte “suja” da sociedade foi apenas uma forma de escancarar a realidade do racismo nos EUA. Até mesmo a utilização de um personagem branco psicopata, que acabou de sair da cadeia, provoca a questão: Será que a prisão ajuda ou destrói o ser humano?

A frase “Every ‘dog’ has its day” (Todo ‘cão’ tem seu dia) completa o que a película quer representar: as fraquezas e as virtudes do homens, independente da sua profissão, classe ou raça. Ao mostrar três tipos de criminosos – o “correto” (Mr. White), o psicopata (Mr. Blonde) e o covarde (Mr. Pink) – Tarantino monta três seres humanos, com seus defeitos e desejos.

Talvez seja pela violência exacerbada, o estilo pop (até no momento em que é levantada a dúvida sobre a música “Like a Virgin” de Madonna) ou a ousadia, que faz o cineasta arrastar tantos seguidores pelo mundo. Com certeza Cães de Aluguel é uma obra prima que marcou os anos 90 e o cinema mundial.


Especial | Pulp Fiction (Quentin Tarantino)

“You feel that sting, big boy, huh? That's pride FUCKIN' with you! You gotta fight through that shit!”.


Falando sério... Eu vi Pulp Fiction tantas vezes que deveria ser capaz de escrever a droga de uma crítica decente sem pensar muito. Na verdade, isso acontece com a maioria dos filmes que eu já tenha assistido pelo menos duas vezes. Pulp Fiction é diferente. No filme, o Tarantino consegue criar uma trama de histórias tão cativante, diversa e envolvente, que dificulta muito o meu trabalho.

 However, I got a job to do, so I’ll fucking finish the fucking job!

O filme começa com uma definição do American Heritage Dictionary para o termo Pulp Fiction. E a definição fica ali. Parada. Letras brancas sobre um fundo preto, sem nem mesmo uma trilha sonora no fundo.

A isso, se segue uma daquelas cenas totalmente tarantinescas, com um casal com forte sotaque, tomando café em uma lanchonete e discutindo alguma questão. Os personagens não entregam assunto de cara, mas logo se percebe que eles são assaltantes. E, de repente, eles resolvem assaltar o lugar. A cena é cortada e surge um “Pulp Fiction” escrito em letras garrafais e aberrantes, com um fundo musical forte. As letras vão diminuindo ao fundo enquanto os nomes das estrelas do filme aparecem na tela.

E daqui adiante, começam os spoilers. Tentarei evitar qualquer revelação importante do enredo, no entanto o filme tem tantas ligações e tramas intrínsecas que tornam impossível o esforço para falar dele sem largar alguma informação interessante. Então, para aqueles que gostam de surpresas e ainda não viram o filme, aconselho que parem a leitura por aqui. Vejam o filme, vale a pena.

Depois desse começando um tanto excêntrico, Pulp Fiction começa a apresentar seus protagonistas. Começando por Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winfield (Samuel L.Jackson), trajados como M.I.B.s (Homens de Preto), simplesmente andando de carro e batendo um papo muito engraçado sobre a Europa. Não dá pra imaginar que em alguns minutos eles estariam fazendo balas estourarem a cabeça de alguns guris. Esses dois são, evidentemente, os personagens que mais representam o modelo Tarantino de fazer cinema. E as conversas dos dois são o ponto alto do filme.





Então conhecemos Butch Coolidge e Marsellus Wallace. Bem, mais ou menos, posto que Wallace só aparece de costas. Butch (Bruce Willis) é um boxeador, em fim de carreira, Marsellus (Ving Rhames) é um chefão da máfia de Los Angeles (onde o filme é ambientado), chefe de Jules e Vincent, que está propondo um acordo com Butch. Ele perderia a luta, que provavelmente seria uma das últimas da sua carreira, em troca de uma grana alta. Butch pega o dinheiro. 

Nisso, entram no recinto Vincent e Jules, vestindo camisetas e bermudas. Das que se só usam se você está dormindo ou se você é um babaca. E, como a história do casal na lanchonete, nada é explicado.

Até o filme explicar tais eventos, muita coisa acontece. Vega leva a esposa do chefão, Mia Wallace (Uma Thurman) para sair, a pedido de Marsellus. Os dois, drogados, se divertem pra caramba, Vega sofre com uma crise de lealdade. Enquanto Mia, com uma overdose. Mia conta uma piada sobre tomates que é genial. Butch toma uma decisão importantíssima sobre sua luta, levando em conta a história de um relógio de ouro que passou uns 7 anos escondido nos anus de 2 prisioneiros de guerra, no Vietnam. E por aí vai. Uma trama empolgante que termina em um final satisfatório: Um casal de amantes indo embora. Com uma Harley Davidson chamada Grace. ”It’s not a motorcycle, it’s a chopper, baby”. A tela escurece.


Surge um título, em branco sobre o preto. “The Bonnie Situation”. Ouve-se a voz de Jules e aparece um cara, segurando uma arma enorme, escondido no banheiro. E, de súbito, estamos de volta ao começo do filme, na cena em que Vincent e Jules apagaram os guris. E o filme dura mais uns 40 minutos. Conta-se a história da mudança de roupa dos assassinos. Com direito à atuação de Tarantino, como o amigo Jimmie, e Harvey Keitel na pele do “Badass” Winston “The Wolf” Wolfe.

E descobre-se o porque daquela droga de casal que começa a assaltar a lanchonete no começo do filme.
O filme é genial. Para pessoas mais “normais”, pode até não agradar, mas para aqueles que gostam de algumas doses de psicose, não-linearidade, humor negro e inter-relações com outras produções, Pulp Fiction é um prato cheio.
Falei de tanta coisa e esqueci de comentar o elenco. Uma reunião de estrelas. Porra, são Harvey Keitel, Uma Thurman, Samuel L.Jackson, John Travolta e Bruce Willis! Entre outros grandes atores. O Tarantino não estava mesmo de brincadeira.

Especial | Quentin Tarantino


Nessa terça-feira, dia 27 de março, um dos grandes heróis do cinema atual, o premiado ator, roteirista e diretor Quentin Jerome Tarantino, completa 49 anos. Nesse quase meio século de vida, Tarantino já se impôs como um dos maiores nomes do cinema de todos os tempos. Talvez o maior da nova geração.

Para começar sua carreira nos bastidores das telonas, um Tarantino jovem, desconhecido e sem muita “base financeira”, vendeu os direitos para produção de dois roteiros seus, “True Romance” (Amor à Queima Roupa) e “Natural Born Killers” (Assassinos por Natureza). Ambos se tornaram sucessos de Hollywood. Com esses dois, Quentin saiu do anonimato, começou a buscar investimentos e, quando a oportunidade surgiu, dirigiu um roteiro que ele ainda guardava para si. Assim, em 1992, o mundo conheceu “Reservoir Dogs” (Cães de Aluguel). O filme é genial e definiu o estilo dos que o seguiriam. Diálogos rápidos, não-lineares e memoráveis (muitos deles coloquiais e sem ligação com a trama), referências à cultura pop, cronologia fragmentada, humor negro, verborragia, muita violência, sangue jorrando, uma trama genial e muitos closes nos pés femininos (Tarantino já disse ser um “podólatra assumido e inveterado”). Sua técnica na direção mistura as inovações de mestres como Kurosawa e Kubrick (homenageado no nosso último Especial), criando algo totalmente novo, que Tarantino teve os colhões para produzir e passou a influenciar muitos novos diretores.Depois de “Cães de Aluguel”, Tarantino dirigiu o filme que é considerado por muitos sua obra-prima, “Pulp Fiction” (1994). Sua última criação foi o excelente “Inglorious Basterds” (Bastardos Inglórios), em 2009, e já estão programadas mais duas produções, o faroeste “Django Unchained”, para 2012, e um terceiro volume para a série “Kill Bill”, para 2014. Existe uma teoria que circula nas rodas de fãs, de que os filmes de Tarantino possuem certa “continuidade”. Supostamente, no fundo da imaginação do diretor, todos os filmes estão interligados. Mas, como a teoria pode até ser grande o suficiente para render um post, eu deixo para vocês um link com maiores explicações: (Tarantino’s Mind, com Selton Mello e Seu Jorge. Uma cena gravado no mais puro estilo Tarantinesco. Vale a pena ver). Dizem que o cinema da década de 90 pode ser dividido em pré-Tarantino e pós-Tarantino. Ouso ir mais longe. Tarantino marcou uma era. Não só a década de 90 foi afetada pelo surgimento de tal gênio, mas toda a história do cinema. Depois de Quentin Tarantino, as telonas nunca mais puderam ser vistas com os mesmos olhos.Porque, como eu já disse em algum lugar por aí, sangue nunca é demais e doses extras de psicose são sempre bem vindas.

Lista | Top 5 filmes de Pornochanchada que você não pode perder!


Primeiro, vamos a definição deste gênero cinematográfico nacional que fez sucesso nos anos 70.

Foi na época da censura do governo militar que este estilo surgiu na cidade de São Paulo, pois o que dava bilheteria nos cinemas eram os filmes eróticos softcore.
Chamado assim por trazer alguns elementos dos filmes do gênero conhecido como chanchada e pela dose alta de erotismo que, em uma época de censura no Brasil, fazia com que fosse comparado ao gênero pornô, embora não houvesse, de fato, cenas de sexo explícito nos filmes.
A pornochanchada revelou vários atores que, atualmente, fazem muito sucesso na TV. Muitos deles tentam esconder estes filmes de seus currículos (não adianta Xuxa, todos sabem que você, realmente, curte um “baixinho”).

Este Top 5 é pra você que assiste o Cine Prive ou o Corujão (não vem dar uma de inocente agora) escondido. E é pras gurias também, porque este preconceito que elas gostam apenas de drama e comédia romântica já era.

Amor Estranho Amor (1982)

Vamos começar com polêmica. Este foi o comentado filme que Xuxa Meneghel aparece nua na capa do pôster com a frase: “Para eles tudo era permitido”. E detalhe: ela tinha 16 anos na data da filmagem (nem ela pode assistir o longa) e fazia par “romântico” com um garoto de nove anos. A apresentadora de programas infantis mandou recolher todas as fitas originais de locadoras e lojas do país. Porém, o esforço da atriz não foi suficiente, já que a obra foi lançada (2005), em DVD, nos Estados Unidos. A película é dirigida por Walter Hugo Khouri.

Bom, vamos à sinopse do vídeo: O ano é 1937. A cidade é São Paulo. Hugo (Marcelo Ribeiro), um jovem catarinense é devolvido a sua mãe Anna (Vera Fischer), a qual é amante do governador do estado de SP, Osmar Passos (Tarcísio Meira – SIM, estranho, eu sei).  
Ela habita uma luxuosa mansão com várias outras jovens, todas comandadas por Laura (Íris Bruzzi) e a serviço das manobras políticas de Osmar, que utiliza a casa para festas e orgias a fim de impressionar e agradar possíveis aliados políticos. A chegada do menino coincide com o dia de uma grande festa de despedida que será entregue a Benício Mattos (Mauro Mendonça), o político mais influente e poderoso de outro estado. Tal fato deixa Laura contrariada, pois não quer que nada saia de errado e que seu filho não escute ou veja algo.
Assim, Hugo é acomodado num quarto no sótão, mas se perturba no casarão, onde as circunstâncias fazem com que ele esteja sempre rodeado de jovens, que começam a provocá-lo e até a desejá-lo. Tâmara (Xuxa), uma menina que exala virgindade, é a jovem que mais se interessa por ele. Recém-chegada a casa e vinda de SC, está ali especialmente para ser dada de presente a Benício, que nunca "pulou a cerca".
Apesar do tema erótico, o longa é corajoso ao mostrar as profundezas da política na época da ditadura. Se você está afim de rir um pouco e ver a Xuxa molestando um “guri” (mas BÁ tchê) este é o seu filme.

A Dama da Lotação (1978)


O gênero da pornochanchada fez tanto sucesso no Brasil que este longa teve a 4ª maior bilheteria da história do cinema nacional, com 6.508.182 espectadores.

Protagonizado por Sônia Braga (a maior estrela da pornochanchada) e dirigido por Nélson Rodrigues, o filme mostra Carlos (Nuno Leal Maia) e Solange (Sônia), um casal de jovens que, após um casto namoro, decidem contrair matrimônio.
Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer amor com seu marido, apesar de ele insistir em vários momentos. Ele, louco de raiva ou tesão, vê o estupro como a única forma de fazer sexo com sua mulher. Solange, apesar do modo violento que o marido a tratou, afirma que o adora, no entanto Carlos não pode tocá-la nos primeiros meses do casamento.
Para alimentar seu ego e mostrar para si mesma que não era frígida, Solange toma a decisão que iria seduzir homens, que nunca mais veria e nem saberia os nomes, nos ônibus. Além disto, ela tem relações sexuais com o melhor amigo do marido e até mesmo com o seu sogro (Jorge Dória). Aflita, pois não sentia nenhum remorso, ela vai até um psiquiatra. Carlos descobre que Solange é infiel e, armado, a confronta.

Esta película é, na realidade, um drama erótico. No entanto, como ele foi viabilizado nos anos 70, a imagem ficou como pornochanchada. E também era um filme estrelado por Sônia Braga, a rainha deste gênero.

O Bem Dotado, o Homem de Itu (1979)

Filmado pelo diretor José Miziara e protagonizado por Nuno Leal Maia (o mesmo d’A Dama da Lotação), o longa mostra a vida de Lírio (Nuno), um caipira ingênuo da cidade de Itu, que é levado à São Paulo para trabalhar em uma casa de pessoas da classe alta paulistana. A procura da outra metade de sua laranja, Lírio acaba conhecendo muitas mulheres, na esperança de encontrar seu grande amor, porém o que acaba atraindo-as é seu enorme “dote”.
É aquele típico filme sobre o caipira que vai para a capital e acaba sofrendo algumas “dificuldades”. No caso desta obra, o que mostra é o que, realmente, acontece com estes caipiras.







A Super Fêmea (1973)


Até o músico Adoniran Barbosa e Silvio de Abreu participam desta obra. Vera Fischer é a protagonista desta comédia erótica, dirigida por Aníbal Massaini Neto.
Um grupo de mulheres, recitando frases como: “Abaixo o poder dos homens”; “Está na hora de ficar por cima”; “Viva a supremacia das mulheres”; “Contra a pílula feminina”, propõe maior participação dos homens no controle da natalidade. Em vez delas, seriam os homens que tomariam a pílula. Uma empresa vê nessa reivindicação a possibilidade de vender milhões de pílulas e engordar a sua conta bancária, porém uma pesquisa revela que 83% dos homens temem tomar a tal pílula, com medo de uma redução total ou parcial de seu desejo sexual. Como forma de atrair o público masculino, um guru da publicidade (Perry Salles) imagina uma campanha que associe os três mitos brasileiros: mulher, café e jogo. Na propaganda da pílula, eis que surge, saindo de uma piscina, Vera Fischer, a Super Fêmea.
Um momento pontual do filme (para os homens, principalmente): o beijo lésbico entre Vera Fischer e Geórgia Gomide.
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Um clássico do gênero e do cinema brasileiro. O filme foi, por 34 anos, recordista de público nas salas nacionais, levando mais de 10 milhões de espectadores ao cinema. A película foi indicada para o Globo de Ouro (EUA) na categoria de melhor filme estrangeiro e no BAFTA (UK) como melhor atriz revelação para Sônia Braga.
Baseado no livro homônimo de Jorge Amado e adaptado pelo diretor Bruno Barreto, o longa conta a história de Dona Flor, uma sedutora professora de culinária em Salvador, que é casada com o malandro Vadinho (José Wilker, aquele que comenta sobre o Oscar, sabe?). No carnaval de 1943, Vadinho morre repentinamente e deixa sua mulher viúva. Flor fica inconsolável, porque apesar dos defeitos do marido, ele era um ótimo amante. Logo ela se casa de novo, com o recatado e pacífico farmacêutico da cidade. Com saudades de Vadinho e de tanto invocar seu nome nas noites de solidão, ele reaparece nu em sua cama. Isso a deixa em dúvida sobre o que fazer com os dois maridos, que passam a dividir o seu leito. Ela tenta de tudo, até pediu ajuda de um pai de santo, no entanto existe um impedimento: o defunto não se afasta, pois, na verdade, Dona Flor tem um desejo insaciável pelo ex-marido e precisa ser saciado.
O filme foi censurado no Brasil e teve as famosas tarjas pretas sob a genitália dos atores. Apesar disto, ele teve um sucesso imenso. A película ainda tem a trilha sonora de Chico Buarque e foi refilmado com o nome “Meu Adorável Fantasma” (1982), nos Estados Unidos.
Vale a pena assistir a película, pois, além das partes eróticas, ele tem partes muito engraçadas, como quando Vadinho anda pela cidade nu e apenas Dona Flor consegue vê-lo.