30 de março de 2012

Crítica | Paris, Texas

“Accueil” palavra francesa que significa “bem vindo”. Aos poucos a paisagem Laissez Faire da cinematografia de Wim Wenders, cineasta naturalizado estadunidense mostra-se um estilo novo e pouco usado na maioria dos filmes comerciais e independentes, que estão à disposição para a maioria dos cinéfilos.

“Paris, Texas”, difícil é declarar que esse filme foi o melhor da carreira de Wim Wenders, mas uma coisa é certa podemos considerar o filme uma verdadeira obra prima. Mas como podemos caracteriza um bom filme de apenas uma mera história mal contada por filmagens. Podemos hoje encontrar diversos estilos para essa classificação, temos o estilo Eduardo Escorel mais ligado a história com lembranças e analogias com o período do cinema novo, ou o inverso de Escorel como o estilo André Miranda que aborda a qualidade a partir de conceitos de fotografia e enredo. Além desses exemplos nacionais temos inúmeras abordagens sobre a qualidade de um filme, desde Dziga Vertov na União Soviética até Umberto Eco na atualidade.

Mas qual a principal idéia do que é uma obra prima? Sempre fico em dúvida quando decido classificar um filme como bom, pois na realidade nosso trabalho como crítico está mais ligado na indicação de uma obra ao público do que a certos juízos. Voltando ao contexto de “Paris, Texas” o que torna o filme particularmente uma obra de qualidade superior, está não apenas na assinatura de uma das lendas do cinema, mas a um estilo de filmagens que o próprio diretor cravou durante a sua carreira. Enumerando essas características, percebemos nos filmes de Wim Wenders a escolha por tomadas panorâmicas e gerais com o objetivo de explorar a paisagem, mostrando a relação entre homem e o meio.

As histórias de Wim sempre contam com um personagem principal masculino que enfrenta seus medos e fraquezas para alcançar seu objetivo. Uma breve sinopse de “Paris,Texas”, conta a vida de Travis Henderson (Harry Dean Stanton) um homem que acorda no meio de um deserto no Texas e não lembra que ele é. Vagando pelas estradas do estado ele encontra seu irmão, Walt Henderson (Dean Stockwell) que leva Travis até a sua casa. Na casa de Dean, Travis reencontra seu filho Hunter Henderson (Hunter Carlson) e começa a reativar a sua memória.

“Paris, Texas” foi uma produção franco-germânica, que foi gravada nos Estados Unidos, o nome do filme vem de uma fazenda de nome, localizada no estado do Texas na fronteira dos Estados Unidos com o México. Mais além dessa discussão, considero esse filme uma obra prima mais pelo conteúdo que apresenta e a inovação artística de Wim Wenders, claro se ninguém aceitar a minha opinião, eu entendo, mas mesmo assim e quase incomum deixar “Paris, Texas” fora da lista dos melhores filmes dos anos 80.

Obrigado pelo tempo que você passou lendo essa critica e “jusqu'à la prochaine”*

*Até a próxima

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