O cinema brasileiro está no seu clímax. Além das grandes produções no estilo hollywoodyano de ser (Tropa de Elite 1 e 2, Se eu fosse você 1 e 2, De pernas para o ar e as histórias espíritas de Chico Xavier), embaladas no ninho da Rede Globo, os cineastas nacionais estão mais corajosos. Corajosos no sentido de encararem filmes com roteiro bons e sem uma verba ideal. E com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão, como diria Glauber Rocha, estão escrevendo histórias fantásticas nas telonas pelo Brasil afora.
Pelo Brasil afora é um pouco demais, eu sei. Afinal, os bons filmes nacionais ficam (ainda!) restritos a cinemas alternativos do famoso e ultrapassado eixo Rio-São Paulo. E é estranho pensar que temos películas bem feitas que não conseguem se mostrar para o grande público. As empresas cinematográficas de exibição (que controlam os cinemas de shoppings) não compartilham a mesma coragem dos cineastas. Têm medo de colocar em cartaz filmes nacionais que não são propagandeados pela Rede Globo. A desculpa é, claro, a falta de público consumidor. Mas, se não cria-se um costume de assistir produções brasileiras, elas sempre serão vistas como de segunda linha. E esse novo hábito só vem com a oferta.
Mesmo com essa dificuldade de exibição, os diretores têm apostado no cinema nacional. Depois da crise da Embrafilme (1992/1993), as produções demoraram para voltar a alçar voo e alcançar uma altura razoável – o período durou 15 anos. Só a partir de 2008 que voltamos a assistir bons filmes tupiniquins – salvo exceções de Central do Brasil, Lisbela e o Prisioneiro, O Auto da Compadecida e as produções de Laís Bodanski (como Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade). E agora, em 2012, as películas verde-amarelas ganham verdadeira consistência.
Aliás, começou em 2011 com o grande filme O Palhaço, que entra no rol dos cinco melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Pois bem, então tomemos 2011 como ano de referência. As leis de incentivo à cultura começam a ganhar visibilidade entre os empresários. Logo, o investimento tem um aumento modesto, mas útil. E a qualidade, com verba para compra de bons equipamentos e pagamento digno para atores/produtores, melhora consequentemente.
E este é o cenário atualmente: um crescimento da qualidade que chega ao momento esplêndido do cinema brasileiro, com bons atores, diretores e produtores se encontrando com referências na música, artes plásticas e teatro. Uma fusão dos artistas tupiniquins com um objetivo em comum, que é levar a arte cinematográfica a seu lugar de merecimento.
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