31 de outubro de 2012

Série ! Adorável Psicose

"Todo mundo é uma pizza no cardápio de alguém. O problema é quando essa pizzaria é rodízio"

HALLOWEEEEEEN! E eu não vou postar nada de terror porque é TOO MAINSTREAM. 

Você sente impulsos para matar pessoas? Você tem dificuldades em fazer amigos porque te acham estranho? Você imagina pessoas cantando enquanto conversa com elas? Você odeia pessoas que falam "mó astral"? Então parabéns, VOCÊ É PSICÓTICO! 

A série Adorável Psicose é inspirada no blog homônimo escrito pela protagonista da série (eficiente, ela, né?). A tal é Natalia Klein, que interpreta a si mesma na série (psicótica e egocêntrica né?). A série, que está na terceira temporada, mostra as sessões de terapia da protagonista utilizando flashbacks dos acontecimentos relatados. 

Me apaixonei pela série nos cinco primeiros minutos do primeiro episódio. O roteiro, da própria Natalia, é recheado de frases cômicas que se misturam ao exagero de imaginação da personagem (que não sei se dá pra chamar de personagem, visto que é ela se interpreta). Por ser a criadora, Klein colocou muito "de si" na série, criando peculiaridades evidenciadas no vestuário pin-up dela, no visual atípico do seu apartamento, que traz uma mistura de elementos fortes além dos bordões utilizados por ela. Tipo, vááários bordões. 

Outro destaque é para a atriz Juliana Guimarães, a psicóloga freudiana Drª Frida, que tem seus próprios tiques e traz o ar cômico da função do psicólogo para com seus pacientes. Grande parte da série se passa no consultório dela, durante a sessão, em que Natália explica os acontecimentos da semana. Geralmente, a cada episódio, é colocada a situação onde Natalia conhece um cara com quem começa a sair, e como tudo dá errado em menos de uma semana. 

O elenco ainda conta com a Carol e o Diogo, os amigos (não imaginários) da Natalia, o Homem-de-bigode, que é o amigo de f*da, a Beth, chefe da Natália, que não pode ver um doce porque ENGOOORDA que é um horror, e o affair da Drª Frida, o graaaande zelador Geovanchir. 

Cada episódio da série dura cerca de 24 minutos, e quer um motivão (além desses mil que já dei no texto?) para assistir agora mesmo? Tem TODOS os vídeos dos episódios passados disponíveis no canal do namorado imaginário da Natalia, o austríaco Zingo Schneider. Pode conferir aqui ó

Assista, e lembre-se, independente de quão psicótico você seja, caso você se identifique com a série, você é uma estrela de luz!




Notícia | Disney compra LucasFilm e anuncia novo Star Wars

A Disney realmente está com dinheiro sobrando. Depois de comprar a Marvel e muitas outras empresas de diversos segmentos, a gigante do Mickey colocou suas garras na empresa de George Lucas. O diretor já sinalizava com a possibilidade de vender a empresa. Durante o anúncio do acordo, alguém achou que seria uma “boa hora” para anunciar o novo Star Wars. Isso mesmo, o filme 7 está com ano marcado. 2015.

Cade Skywalker
Não consegui digerir essa ideia ainda, não está muito claro na minha mente. O universo de SW é enorme, contemplando milhares de acontecimentos que poderiam ser retratados numa saga. Cade Skywalker seria o personagem com mais apelo. Diferente dos jedis e dos siths, usa a força do seu modo e geralmente é apontado como o personagem mais popular do universo expandido, além de ser o segmento mais “futuro” que a série tem até o momento.

Estou em um leve pânico sobre o rumo dessa história, estou esperando, antes de mais nada, o anúncio do diretor que guiará o longa. Se for o Michael Bay, teremos luto dos fãs de SW pelo mundo todo.  

30 de outubro de 2012

Cinema Alternativo | Lola Versus

Não sei vocês, mas eu estou naquela fase de mudanças. De lugares, rotinas, trabalhos. Parece que no mundo contemporâneo as pessoas necessitam da constante transformação de sua personalidade e de suas atividades. O filme ‘Lola Versus’ tenta mostrar esse desejo do ser humano de mudar ou, às vezes, como o universo os obriga a se modificarem.

Lola (Greta Gerwig) tem aquele sonho burguês de casar, formar uma família e morrer juntinho com seu marido. No entanto, com as pressões do matrimônio, seu noivo Luke (Joel Kinnaman) decide terminar com a relação e Lola vê seu mundo desmoronar. O maior problema é que, ao contrário de Luke, ela percebeu que nunca fez nada em sua vida e que sempre montou em sua mente a promessa do casamento não concretizado.




‘Lola Versus’ tentar romper com as amarras da sociedade e libertar as mulheres e, principalmente, a protagonista do machismo, quando a mesma faz sexo com vários homens e os renega no dia seguinte da transa. Apesar dessa tentativa, o longa-metragem procura essa independência feminina no lugar errado. Culpar o homem pelo fracasso de uma mulher não é o melhor caminho, pois acaba reforçando o feminismo fundamentalista e contradiz com a ideia de que ‘as mulheres não precisam dos homens para nada’. Precisam sim, assim como o sexo masculino necessita delas.

Os roteiristas Daryl Wein e Zoe Lister Jones infantilizaram demais a trama. Sugerir que a vida só está relacionada ao amor e não ao sucesso profissional, torna o filme cansativo e sem nenhuma expectativa. O que parece é que Lola está versus Lola e nada mais.



Veja as primeiras fotos da série 'Hannibal'


Notícia que me encheu de felicidade nessa segunda-feira calorosa/do inferno: Saíram as primeiras fotos da série ‘Hannibal’ na revista norte-americana ‘Entertainment Weekly’.





















A série da NBC vai ser adaptada a partir dos livros e filmes sobre o homicida canibal Dr. Hannibal Lecter. Interpretado por Mads Mikkelsen, ‘Hannibal’ terá como base majoritária os livros de Thomas Harris, que acompanham o agente do FBI Will Graham (Hugh Dancy) enquanto ele tenta desvendar os assassinatos praticados pelo psiquiatra Dr. Lecter.


O diretor do piloto da série é David Slade (Saga Crepúsculo – Eclipse) e quem interpreta o chefe do FBI é Laurance Fishburne. Scott Thompson, Bryan Fuller e Molly Shannon também estão no elenco.



Com estreia para 2013, ‘Hannibal’ já recebeu uma encomenda de 13 episódios, algo que normalmente não acontece em negociações entre roteirista e emissora.

Fonte: Omelete

29 de outubro de 2012

Especial | 20 melhores adaptações de livros - Parte 1

(Excelente) lista organizada e realizada pelo colaborador Guilherme Ziggy


Charles Bukowski; Stephen King; Virginia Woolf; Sylvia Plath e Henry Miller são alguns dos expoentes da literatura do último século, e são eles os elementos perfeitos para uma boa adaptação cinematográfica, sejam elas suas próprias biografias, ou até mesmo as adaptações de suas obras, desde sempre Hollywood se interessou muito em transmitir as histórias e obras desses personagens para o grande público. Sendo assim, fiz uma lista com as vinte melhores adaptações dos últimos anos. Espero que gostem. 


1 – As Horas (2001)

Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.








2 – Uivo (2010)

Em São Francisco, 1957, uma obra-prima americana é colocada em julgamento. “Uivo” reconta este momento obscuro usando três perspectivas diferentes: os tumultuados eventos da vida que levaram o jovem poeta Allen Ginsberg (James Franco) a descobrir sua verdadeira voz como um artista, a reação da sociedade em relação à sua obra, e uma animação que reflete a originalidade do poema Uivo em si. As três histórias se entrelaçam para contar o nascimento da contracultura americana dos anos 50, que ficou conhecida como Beat Generation.








3 – Pergunte ao Pó (2006)

Los Angeles, década de 30. No auge da depressão, Arturo Bandini (Colin Farrell) sonha se tornar um escritor famoso. Na tentativa de escrever algo ele se hospeda em um quarto barato de hotel, mas logo o plano se mostra um fracasso: o dinheiro de Arturo está acabando e ele ainda não conseguiu escrever. É quando ele conhece Camilla Lopez (Salma Hayek), uma garçonete mexicana que sonha conseguir um bom marido e deixar o emprego. Juntos eles vivem uma relação conturbada, baseada em desejo, ciúmes e desprezo. Baseado no romance de John Fante. 







4 – Hemingway e Gellhorn (2012)

Após uma pescaria bem sucedida, o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen) conhece Martha Gellhorn (Nicole Kidman) em um bar. Interessado nela, logo a convida para um evento que ocorrerá em sua casa, onde serão discutidos meios de ajudar a defesa republicana espanhola em meio ao ataque fascista do general Franco. Neste encontro ela conhece John dos Passos (David Strathairn) e Paco Zarra (Rodrigo Santoro), que insistem para que ela vá ao front e divulgue o que está acontecendo nos jornais. Animada com a ideia, Gellhorn consegue um emprego como corresponde de guerra e parte para a Espanha. Ao saber da notícia Hemingway também vai ao país, no intuito de ajudar na confecção de um documentário sobre a batalha. Lá eles ficam hospedados no mesmo hotel e se aproximam cada vez mais, iniciando um romance que reúne paixão e inteligência.




5 – A Insustentável leveza do Ser (1987)

Nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia, Thomas (Daniel Day-Lewis), um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, mas evitando sempre um maior envolvimento. Mas duas mulheres: Sabina (Lena Olin), uma artista plástica, e Tereza (Juliette Binoche), uma garçonete que sonha em ser fotógrafa, vão estar muito presentes na vida dele. Mas ao serem atingidos pelos acontecimentos de 1968, conhecido como "A Primavera de Praga", quando tanques soviéticos invadiram a capital tcheca para pôr fim a uma série de protestos, a vida deste triângulo amoroso afetada, pois seus sonhos foram destruídos e suas vidas mudariam para sempre. Baseado no romance de Milan Kundera. 





6 – Barfly – Condenados pelo Vício (1987)

Com o roteiro escrito por Charles Bukowski, “Barfly” conta a história de Henry Chinaski (Rourke), um escritor alcoólatra que inicia um romance cheio de contradições com Wanda Wilcox (Dunaway), outra frequentadora assídua dos bares de Los Angeles. Neste cenário, surge uma terceira pessoa que vai mudar a relação do casal. Após a realização do filme, Bukowski escreveu “Hollywood”, livro que relata a experiência de escrever um roteiro cinematográfico. 










7 – Sylvia (2003)

A história de Sylvia Plath (Gwyneth Paltrow), uma das mais famosas novelistas da literatura norte-americana. Nascida em Boston durante a Grande Depressão, Sylvia ainda jovem tentou cometer suicídio, na casa de sua mãe. Ela viaja à Inglaterra para estudar em Cambridge e lá conhece o jovem poeta Ted Hughes (Daniel Craig), por quem se apaixona e vive um longo romance.








28 de outubro de 2012

Crítica | Polsdon/Shelter



Da Bulgária o berço da miscigenação do Oriente e Ocidente, centro da planície da Bálcãs e uma dos antigos satélite do extinto Pacto de Varsóvia. Essa região um tanto destoada da Europa Central tem  mostrado produções diferenciadas no âmbito cinematográfico. Dragomir Sholev cineasta Búlgaro ficou conhecido por escritor-diretor pois além de estar convergindo entre essas áreas foi autor de uma das obras que deram um destaque para seu  país.


O título da obra, "Shelter" dirigido por Dragomir em 2010, mostra-se uma obra diferente das produções do que é conhecido por Indústria Cultural do cinema. "Shelter" é uma ficção que debate as diferenças de idade na Bulgária onde um menino de 12 anos que se autodefine como um neopunk enfrenta o conservadorismo de seus pais em relação a seu grupo. O talento de Dragomir aparece em trechos do filme com um sinal perceptivo, ele defronta as ideias pela faixa etária em um jantar onde menino leva seus amigos para casa e os mesmos são expulsos por uma ato de raiva do pai que não aceite a nova fase de seu filho. "Shelter" é quase um estudo etnográfico social a partir dos comportamentos e com as falas dos personagens moldamos instintos diferentes para cada faixa etária. 

"Shelter" usa da cenas como se fosse em um teatro pois é majoritariamente realizado por grandes planos sequencias habilidade de Dragomir vinda do teatro. O filme tem esse aspecto de uma encenação e as sequencias são sutis e agradáveis fora da nostalgia que a realidade nos apresenta. "Shelter" não é apenas uma obra com tom antropológico mas é uma mistura de documental e teatro não como uma teledramaturgia barata, mas seu apoio em cenas do cotidiano da realidade e que fazem poesia na obra. Em um movimento talvez forçado mas Dragomir permite ao espectador ter a mesma sensação que Hal Haltley nos leva em "Confissões de Henry Fool", onde a realidade constroem-se de forma poética na tela.

27 de outubro de 2012

Estreias da Semana (26/10 a 01/11)

Senhoras e Senhores, as estreias dessa semana não são grandes em quantidade, porém gigantescas em qualidade! Um clássico do cinema internacional e uma clássico da música nacional uniram-se!



Ação - EUA, 2012.
Direção: Sam Mendes.
143 minutos
A lealdade do agente 007 a M é testada quando o passado dela volta a assombrá-la. Com o MI6 sob ataque, Bond deve rastrear e destruir a ameaça, mesmo que isso tenha um custo pessoal.









Drama - Brasil, 2011
Direção: Breno Silveira
120 minutos

A história do sanfoneiro Luiz Gonzaga e de seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha, mostrando todas as diferenças que pai e filho tiveram ao longo de suas vidas.

Notícia | Combo de filmes do Tarantino

Quem aí é fã do Tarantino? A maioria dos Bilheteiros aqui são. Já tem até especial aqui no blog. A novidade que abalou abalou sacudiu balançou é que foi lançado um box com TODOS os filmes do diretor. BADALO, né? Tem Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill Vol. 1, Kill Bill Vol.2, À Prova de Morte e Bastardos Inglórios. E olha que lindo, ainda tem mais dois documentários. Critics Corner: The Films of Quentin Tarantino e 20 Years of Filmmaking, que explicam as influências que o diretor utilizou! Quer comprar? 

Então espera e economiza, porque o box ainda não chegou no Brasil. Mas a média é de mais de R$ 200. AH, é Blu-ray. Os pobre chora. 

25 de outubro de 2012

Série | Pushing Daisies

FINALMENTE um post meu que não é de terror (a Marina e a Luíza disseram que tinha post de terror demais ultimamente #chatiado). Pois essa série é tão colorida, mas tão colorida, que nem eu creio que falarei sobre ela. No entanto, assim como meu filme preferido não é de terror (Ó, ironia), essa série é uma comédia fantástica e eu adoro. 

Pois bem, Pushing Daisies é (ou foi, a série teve apenas duas temporadas para que sua história se cumprisse) sobre a história de amor entre Ned (o pie-maker) e Chuck (não, não é um casal gay, o nome dela é Charlotte, mas o apelido é esse mesmo). E afinal, o que torna uma história de amor água-com-açúcar interessante para uma pessoa com um gosto (bizarro) como o meu? Pois bem, o protagonista tem um "poder mágico". Todas as coisas mortas nas quais ele toca ressuscitam e em troca uma espécie semelhante de vida morre. 

AÍ está a grande sacada da série. Ele pode reviver algo e, dentro de 15 segundos, outra vida semelhante é perdida. Como assim? Se ele toca o que ele reviveu em menos de 15 segundos, tudo permanece em equilíbrio, se não outra pessoa/coisa morre. Aí a Chuck morre. LÁ VAI ELE e toca o amor da vida dele, ressuscitando-a. 

A série possui um estilo Amélie Poulain de ser. Muitas cores vívidas, trilha sonora exclusivamente instrumental lírica (e belíssima, quando misturada às cenas hilárias da série), fotografia e iluminação bem feitas e, minha parte preferida, um trabalho impecável nas vestimentas dos personagens. Outro aspecto bem explorado em várias ocasiões é a presença do narrador, que, eventualmente, interage com os personagens. É cômico.

Em duas temporadas que totalizaram 22 episódios a trama uniu vários pequenos enredos paralelos com os mesmos personagens (não é novela, ok?), como a relação de Chuck com suas tias (que não podiam saber que ela estava viva, os crimes que Ned resolvia revivendo vítimas por menos de 15 segundos, o amor louco  da (linda) garçonete Olive, vivida por Kristin Chenoweth, por Ned, e, acima de tudo, repito, o amor entre Ned e Chuck. 

Toco nessa tecla pelo que expliquei antes, como ele a ressuscitou, não pode tocá-la novamente, para que ela não morra. É a história de amor mais bela que já vi. São cenas simples que emocionam (#gay), como quando eles deitam na mesma cama, separada por um vidro, para dormirem juntos, ou se beijam por um pedaço de plástico (bléh). Soa estranho, mas, quando vista a série, é uma sacada sensacional! 

As atuações, sem dúvida alguma, colaboraram, os intérpretes de Ned e Olive recebem todo o destaque. Lee Pace e a Kristin desempenharam as mais variadas situações dentro da série que mistura um romance policial que envolve o sobrenatural sem que ele seja tornado terror com vigor. Tão de parabéns, hein? Chorei com o final da série. E nem creio que estou provando que tenho coração. 



23 de outubro de 2012

Crítica | On The Road


“Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam…”


Foi Jack Kerouac, com seu livro ‘On The Road’, que me mostrou o universo do beat, uma geração embalada pela batida agitada do jazz e a nostalgia do blues, que estava sempre querendo mais – loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos (trecho famoso do livro). Assim como Allen Ginsberg em seu polêmico livro O Uivo (1956), Kerouac consegue transmitir toda a inquietação da juventude norte-americana dos anos 50, que nada se parecia com o American Way of Life.

Essa liberação sexual, o uso de drogas alucinógenas na busca do autoconhecimento, a rejeição ao materialismo e ao capitalismo fortemente arraigado na cultura estadunidense, mudou a vida de muitas pessoas ilustres, como Jim Morrison, Johnny Depp (que sempre sonhou em interpretar Dean Moriarty, o protagonista de Kerouac), Bob Dylan, Francis Ford Coppola e o diretor brasileiro, Walter Salles.

A versão cinematográfica de ‘On The Road’ ficou por anos engavetada por Coppola, que escolheu Salles pessoalmente para dirigir o longa-metragem. O cineasta brasileiro é um exemplo de direção documental no estilo road movies, gênero que ele já utilizou várias vezes nos sucessos ‘Central do Brasil – que rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz à Fernanda Montenegro – e ‘Diários de Motocicleta’.

Adaptação fiel e inspirada/inspiradora, o filme captura a essência do vagabundo Dean Moriarty (Garret Hedlund) e como ele mudou a direção da vida de Sal Paradise (Sam Riley). O roteiro partiu do manuscrito original – divulgado apenas em 2007 – que era considerado impublicável, devido o seu conteúdo explícito e sua tentativa de vivenciar o que realmente Kerouac quis mostrar em seu livro. Assim, da edição de 1957, poucas coisas foram mudadas, como por exemplo, a denominação dada aos personagens – que antes obtinham os nomes reais: Sal Paradise/Jack Kerouac, Marylou/Luanne Henderson, Dean Moriarty/Neal Cassady, Terry/Bea Franco, Old Bull Lee/William S. Burroughs, Camille/Carolyn Cassady, Jane/Joan Vollmer e Carlo Marx/Allen Ginsberg. Essa escolha ocorreu, pois Kerouac conseguiu trazer muito mais fantasia à realidade em que vivia.

O roteirista Jose Rivera (Diários de Motocicleta) e Salles fizeram as mudanças necessárias para que o filme fosse fiel ao livro, porém prendesse a atenção do público, que em alguns momentos sente melancolia ao perceber a luta de Sal/Kerouac contra a religiosidade e a sexualidade reprimida.

Quem viu Kristen Stewart como a sem-sal Bella Swan em Crepúsculo, com certeza se surpreendeu ao ver sua interpretação como a destemida, sensual/sexual e sempre com tesão Marylou. A energia de vestir um personagem tão forte e respeitar as características da pessoa, presente no livro, é a melhor definição do papel de Stewart no filme. A montagem de Dean Moriarty, desde sua primeira cena nu até o sexo homossexual, foi muito bem interpretada por Garret Hedlund, que trouxe mais sensibilidade a um personagem citado como louco no livro, mas que possui incertezas e sentimentos sombrios.

Se em alguns momentos o espectador sente monotonia com as idas e vindas pelas estradas norte-americanas, o francês Eric Gautier (Na Natureza Selvagem, Diários de Motocicleta) prende sua atenção com uma fotografia bela e muito bem feita. A trilha sonora também anima as pessoas nas salas de cinema, com canções e melodias que faziam parte do cotidiano dos boêmios da geração beat, como o jazz e o blues.


‘On The Road’ ultrapassa a barreira do longa-metragem hollywoodiano e chega ao documentário, onde Salles soube muito bem dirigir e transportar o espectador para a vida dos maiores artistas de uma geração esquecida pela maioria.

22 de outubro de 2012

Lista | Filmes Médicos


Bom, a ideia inicial era fazer uma lista de filmes com temas médicos em que o enredo se concentrava na doença, tratamento e cura. Pensando nos filmes eu optei por filmes de temas, médicos, traumas e outras anomalias. Para quem gosta de filmes para se pensar (além do entretenimento), aqui vai uma lista de x filmes que apresentam histórias pra lá de emocionantes!

O Óleo de Lorenzo (1992)


Lorenzo é um menino perfeitamente normal, até que completa seus seis anos e começa apresentar quadro clínico de uma doença rara que degenera as funções mentais, doença conhecida como ALD. O médico do garotinho dá a ele no máximo mais dois anos de vida, já que o tratamento e estudo da doença eram rasos. Os pais de Lorenzo mostram-se completamente insatisfeitos com os estudos já feitos e o tratamento com resultados quase que insignificantes e abandonam suas vidas pessoais e profissionais para dedicar-se a medicina e encontrar a cura para a doença do seu filho único.







O Escafandro e a Borboleta (2007)


Jean Dominique Bauby é o bem sucedido editor-chefe da revista Elle. Sua carreira e vida amorosa desmoronam quando, no meio de uma tarde como todas as outras, “Jean-Do” é surpreendido por um AVC que compromete todas as suas funções motoras, a não ser a sua pálpebra esquerda. A fisioterapeuta e fonoaudióloga do Hospital francês, em que Jean-Dominique está internado, concentram-se em desenvolver uma maneira eficiente de comunicação entre o editor e o mundo. Jean aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, uma por uma, até que formem palavras, frases e parágrafos, ele “cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória”.




A Guerra Está Declarada (2011)


Romeo e Juliette se encontram e brincam com a coincidência dos nomes, e como piada, declaram estar fadados a um trágico destino. Os dois se apaixonam e casam, logo têm o seu primeiro filho, Adam. A vida da família parece perfeita, mas a tragédia esperada aparece na visita de Adam ao pediatra, em que o casal descobre que o bebê possui um tumor cerebral. A partir daí o que era pra ser um conto de fadas se transforma em idas e vindas por corredores de hospitais, desentendimentos e hipotecas para pagar contas inacabáveis.








Uma Prova de Amor (2009)


Sara e Brian Fitzgerald possuem uma filha com leucemia e são informados que ela possui poucos anos de vida. Orientados a fazer um procedimento médico ortodoxo, o casal gera uma filha de proveta que seja compatível a Kate, Anna Fitzgerald. Anna desde o nascimento é submetida a doações e transplantes que ajudem na cura da irmã mais velha. Aos 11 anos, os pais das meninas, informam a Anna que Kate precisaria de um transplante de rim. A caçula, cansada de ser submetida a tantos procedimentos, vai a justiça a procura de emancipação médica, para que tenha controle do seu próprio corpo e contrata o famoso advogado, Campbell Alexander, para que a ajude na causa.






Soul Surfer - Coragem de Viver (2011)


Bethany Hamilton é uma adolescente apaixonada pelo surfe, o que fez dela uma campeã nacional, mas sua sorte muda repentinamente. Em um dia comum, Bethany sai com a melhor amiga Sarah e seu pai para surfar e é surpreendida por um ataque de tubarão e acaba perdendo todo seu braço esquerdo. Assustada, mas não o bastante para desistir, Bethany reaprende a surfar dentro de seus limites e é apoiada pelos pais, amigos e fãs do mundo todo que mandam cartas de incentivo para a jovem surfista.









Sete Vidas (2008)


Ben Thomas é um misterioso agente do imposto de renda com um segredo atípico e uma culpa imensurável. Por conta de um acidente causado por ele que acarretou na morte da esposa, o agente tem o estranho costume de salvar vida (utilizando seu próprio corpo) de desconhecidos o tempo todo, mas seu destino muda quando Ben conhece Emily Posa, uma simpática moça, que pela primeira vez dá a chance de Ben ser salvo e ter um novo começo.







Efeito Borboleta (2004)


Evan é um jovem que luta para esquecer os problemas do passado e para isso resolve fazer uma regressão, onde descobre que consegue voltar à antigamente não só psicologicamente como também fisicamente, tendo condições de alterar seu próprio passado. O jovem faz o processo inúmeras vezes e percebe que ao tentar consertar os antigos problemas, novas situações surgem, já que as alterações feitas por ele no passado geram consequências no futuro.









Awake – A Vida Por Um Fio (2008)


Clayton tem a vida que todo jovem sonha, está noivo da bela Sam, não tem problemas financeiros, se dá bem com a sua mãe. A vida de Clay desanda quando ele descobre que possui pouco tempo de vida e precisa urgentemente de um transplante de coração. No dia de seu casamento com Sam, Clay recebe um bip no Page e vai para o hospital receber o novo coração. Durante a cirurgia ele sofre um distúrbio incomum onde a anestesia, apesar de funcionar, mantém o paciente acordado e consciente, porém paralisado. Clayton ouve as conversas dos médicos entre si e descobre que seu transplante acaba virando em uma armadilha para matá-lo.





Dançando no Escuro (2000)


Selma Jezkova é uma mãe solteira tcheca, que possui uma doença hereditária grave na visão, doença a qual o seu filho, Gene, ainda tem chances de ser curado se for submetido a uma cara operação realizada nos Estados Unidos. Selma imigra para a America e trabalha duro, mesmo com a visão comprometida para juntar dinheiro para a cirurgia de seu filho. Seus vizinhos Bill e Linda a ajudam muito, porém quando se vê em problemas financeiros, movido pelo desespero Bill rouba Selma. Esse é o ponto de partida para diversos acontecimentos trágicos.








Fale com Ela (2002)


Benigno é um jovem enfermeiro, que possui um amor platônico por Alicia, uma linda moça que faz ballet em uma academia próxima a casa de Benigno. Para se aproximar dela, o enfermeiro marca uma consulta com seu pai, um famoso psiquiatra que trabalha em casa. A aproximação real surge quando Alicia sofre um acidente de carro e fica em coma, sendo Benigno o enfermeiro encarregado a tomar conta dela, mas mais do que isso, Benigno a trata com fé e amor, com atenção exagerada. Ainda na cidade de Madrid, temos Lydia, a toreira valente que após um acidente com o touro também se encontra em coma, Marco, seu parceiro, desesperado com a situação da companheira que foi considerada clinicamente morta, não conseguia nem tocá-la, mas recebe o simples conselho de Benigno: Fale com ela. 

21 de outubro de 2012

Crítica l TED


“Vem meu ursinho querido, meu companheirinho, ursinho pimpão...” PIMPÃO O CARALHO. Com o perdão da palavra aos mais frágeis. Sério, “TED”( 2012, EUA, Seth MacFarlane, Mark Wahlberg,, Mila Kunis)  não é NADA fofinho, ele não vai te proteger do bicho papão e ele não vai te amar (a não ser que você aperte a barriga dele).

Quando um garoto, sem amigos na vizinhança, que se sente extremamente sozinho ganha um urso Ted de pelúcia, sua vida cria sentido. O urso inanimado torna-se o fiel escudeiro de John Bennett, que na época tinha seus nove anos. Fazem tudo junto, brincam, quebram as coisas, são “amigos de trovão” ( os dois MORREM de medo de trovão, ooooooh meu deus mimimi). Chega um dia que o solitário John deseja que seu ursinho pimpão ganhe vida, e como se fosse um filme OH WAIT o Ted começa a falar, a andar, a ser uma pseudo celebridade, cresce com John, vai as festa, nas bebedeiras, fumam maconha, enlouquecem com cocaína... Friends for a live time!


Então, um urso gráfico, besteirento, porco, usuário de drogas, biscatão, bêbado, porem queridinho é o foco do filme. O efeito é bom, a trilha sonora é moderna, os personagens são construídos de uma forma legal, principalmente John e Ted. As piadas não são geniais, mas são engraçadas, algumas só ficam engraçadas em inglês e dai nem o jeitinho brasileiro salva...




É um filme divertido, o enredo é o basicão. Um cara que para ‘crescer’ e finalmente casar com o amor da sua vida, tem que se livrar do ursinho que o prende a infância. Coisas acontecem, reviravoltas, Norah Jones, decisões, atos heroicos, enfim, é a porra de um filme com a droga de um Ursinho carinhoso que passa o filme falando “I love you, porra, me passa a cerveja”.

19 de outubro de 2012

Crítica | Atividade Paranormal 4

QUENTÍSSIMA porque o filme saiu hoje (desculpa master para postar crítica de mais um filme de terror, desculpa gente). 

Para quem já assistiu os filmes anteriores, não há novidade alguma. A única diferença é o aumento na qualidade das imagens, visto que o filme não utiliza mais câmeras de segurança, como nos dois primeiros, e nem câmeras amadoras, como no terceiro. 

Há quem diz que o primeiro é sempre o melhor. No entanto, a franquia desbancou na trilogia. O terceiro filme (talvez por ter sido lançado no primeiro ano em que não havia Jogos Mortais para competir) foi recorde de bilheterias em filmes de terror, arrecadando 42 (ou 72, estou com preguiça de procurar) milhões de dólares apenas no dia da estreia. 

Desde o início a proposta foi simples, chamou atenção pela criatividade, atraiu o público que não gosta apenas do gênero e teve uma grande aceitação no meio cinematográfico, mesmo com poucos recursos (afinal, nem tinha o que gastar direito nesses filmes). Para que se possa falar sobre o quarto filme, é necessária uma breve retrospectiva dos anteriores. O primeiro foi excelente e abriu imediata brecha para uma continuação, assim como o segundo. O terceiro teve a ideia brilhante de explicar a infância das protagonistas dos respectivos filmes (que eram irmãs, by the way), e assim ficou tudo lindo. Todos entenderam a pira, as loucuras, pronto, acabou. 

Com o sucesso do terceiro filme, resolveram tentar uma quarta edição. Erraram. Erraram feio. Como dito anteriormente, a imagem tem a qualidade muito melhorada visto que as câmeras utilizadas são aquelas webcams. Sim, tem notebooks por toda a casa registrando os acontecimentos. Os mesmos acontecimentos, com os mesmos sustos clichês (que nem ao menos foram tantos, para fazer a galera gritar). 

História: a protagonista que é assombrada, mas ninguém acredita nela, o namorado que tenta ajudar, os eventos estranhos, blá blá blá. Vários dos sustos, inclusive, foram reutilizados. AH, e tem o nosso amado amigo imaginário Toby. O mais importante do filme (só que não). A não ser que não tenha NADA pra fazer no final de semana, nem precisa perder tempo, verifique a lista de outras estreias que A Bilheteria postará logo menos. :D




18 de outubro de 2012

Série | Hell on Wheels



"Blood will be spilled. Lives will be lost. Fortunes will be made. Men will be ruined".       


            É 1965 nos Estados Unidos da América. A Guerra de Secessão entre os exércitos confederados do sul escravista e as forças armadas yankees do norte libertário acabou. O espião confederado John Wilkes Booth assassinou o presidente Abraham Lincoln. Os escravos estão livres para viver em um mundo de dor e preconceito. Os primeiros arremedos de paz começam a se desenhar no horizonte, mas a poeira da Guerra Civil ainda não baixou. A nação norte-americana é uma ferida aberta.

            Esse contexto de dor, destruição, arrependimento, consciências pesadas, passados sangrentos e cemitérios cheios serve de palco para a série de faroeste Hell on Wheels, criada por Joe e Tony Gayton e veiculada pela AMC. O seriado estreou no dia 6 de novembro de 2011 e sua segunda temporada terminou em 7 de outubro de 2012. Cada temporada possui 10 episódios, de 45 minutos cada. Ainda não se sabe se haverá uma terceira.
 
            A série toda gira em torno da construção de uma ferrovia que deve ligar o leste e o oeste do país. O responsável pela concretização do projeto é Thomas Durant (Colm Meaney), um empresário inescrupuloso e corrupto que superfatura o valor da obra para encher os próprios bolsos, aproveitando-se de sacrifício e dor alheios. O seriado inteiro, salvo curtas exceções, acontece nos arredores da construção da ferrovia, em especial no acampamento de trabalhadores e negociantes que a acompanha.

O acampamento que acompanha a construção é chamado de “Hell on Wheels”. Algo como Inferno Sobre Rodas. Nada mais apropriado. A violência reina naquele agrupamento sujo, sangrento e brutal, composto por mendigos, beberrões, assassinos, escravos libertos, ex-soldados, prostitutas e todo o tipo de gente rejeitada pela sociedade ou incapaz de voltar a viver na civilização depois de ter presenciado os horrores da guerra.


    
        A ação começa quando Cullen Bohannon (Anson Mount), o protagonista, chega em Hell on Wheels. O cara é o anti-herói por excelência. Ex-soldado confederado, pistoleiro, silencioso, durão e atormentado por fantasmas do passado, Bohannon busca vingança contra os soldados que mataram sua esposa, mas acaba se tornando uma peça importante na construção da ferrovia.


            
          E esse é só o começo da história. Há muito mais do que se falar. O seriado é permeado por revoltas internas, brigas por poder, ataques indígenas, hipocrisia, o surgimento de uma amizade entre Bohannon e Elam Ferguson, um dos empregados negros da ferrovia e, até mesmo, uma fagulha de romance acendida pela inglesa Lily Bell, cujo marido é assassinado trabalhando em um cargo de importância na ferrovia e ela toma seu lugar. Os quatro, Bell, Ferguson, Bohannon e Durant, compõe o quadro de personagens principais da série, que ainda conta com dois irmãos irlandeses, um padre desiludido, um norueguês louco chamado de Sr.Sueco, uma prostituta que viveu entre índios, um índio convertido à fé cristã, um senador corrupto, entre muitos outros personagens que dão à série um tom humano para aquele ambiente brutal. E nesse passo, a série explora de maneira incrível os limites que um homem, ou mulher, pode alcançar até estar além de qualquer redenção, e afunda-se, junto com seus personagens, no fundo da alma de seus personagens. É impossível não sentir ao menos um pouco de reconhecimento ou simpatia com aquelas figuras que, a despeito de tudo e todos, se meteram a atravessar o maldito país construindo a droga de uma ferroria.
            Não discorrerei mais da história para evitar spoilers. Vale constar, contudo, que, ainda que nada tenha sido decidido quanto à viabilidade de uma terceira temporada, os episódios “Blood Moon” e “Blood Moon Rising” encerram a segunda com fogo, dor, destruição e sangue, em um grand finale digno da beleza brutal, fria, crua e intrinsicamente humana do resto da série, mas também deixa aberto um precedente muito promissor para uma possível continuação.