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7 de novembro de 2012

Especial | 20 melhores adaptações de livros - Parte 2


8 – Henry & June – Delírios Eróticos (1990)

Ao conhecer o escritor americano Henry Miller (Fred Ward) em Paris, em 1931, uma jovem escritora chamada  Anaïs Nin (Maria de Medeiros) embarca numa viagem de descoberta interior, anotando fielmente num diário todas as suas experiências.
Na sua busca de novos territórios, Anais e Henry veem-se seduzidos pela inquietante sensualidade da esposa de Henry, June (Uma Thurman). Henry & June é uma inesquecível viagem através do território desconhecido das relações humanas, baseada nas passagens suprimidas dos diários de Anaïs Nin. 








9 – Eclipse de uma Paixão (1995)

Arthur Rimbaud (Leonardo DiCaprio), "o poeta dos sentidos", como ficou conhecido, revolucionou a poesia do final do século XIX e continua influenciando escritores e surpreendendo leitores até hoje. O filme foca o turbulento período de produção literária de Rimbaud, que coincide com o tempo em que viveu apadrinhado por outro grande poeta, Paul Verlaine (David Thewlis). Mas a admiração de um escritor pelo outro vai além, faz com que ambos de apaixonem, para desespero da mulher de Verlaine (Romaine Bohringer). Esse triângulo amoroso explosivo e provocante proporciona a DiCaprio e Thewlis, duas atuações corajosas e vibrantes.







10 – Medo e Delírio em Las Vegas (1998)

Ambientado na Las Vegas dos anos 1970, o longa acompanha a louca aventura, banhada por álcool e drogas, do jornalista Raoul Duke (Depp) e seu advogado Dr. Gonzo (Del Toro). Eles chegam ao local para fazer a cobertura do Mint 400, uma corrida de motos no deserto, mas o resultado são alucinações e muito problemas. Baseado no romance de Hunter S Thompson.











11 – Diário de um Jornalista Bêbado (2011)

Diário de um Jornalista Bêbado conta a improvável história do jornalista itinerante Paul Kemp (Johnny Depp). Cansado da vida frenética de Nova Iorque e das convenções morais de uma América conservadora, ele viaja à bela ilha de Porto Rico, para trabalhar em um jornal local, o "The San Juan Star", administrado pelo tirânico Lotterman (Richard Jenkins). Adotando o ritmo calmo do lugar, regado a muito rum, Paul começa a se apaixonar por Chenault (Amber Heard), noiva de Sanderson (Aaron Eckhart), um dos maiores empresários da cidade. Ganancioso, Sanderson planeja converter Porto Rico num paraíso do capitalismo. Quando Kemp é recrutado por Sanderson para escrever um artigo favorável a respeito de sua nova e corrupta empreitada, ele é confrontado com um dilema: deve ajudar o empresário, ou aceitar os riscos e aproveitar para denunciá-lo? Baseado no romance de Hunter S Thompson. 



12 – Na Estrada (2012) 

Nova York, Estados Unidos. Sal Paradise (Sam Riley) é um aspirante a escritor que acaba de perder o pai. Ao conhecer Dean Moriarty (Garrett Hedlund) ele é apresentado a um mundo até então desconhecido, onde há bastante liberdade no sexo e no uso de drogas. Logo Sal e Dean se tornam grandes amigos, dividindo a parceria com a jovem Marylou (Kristen Stewart), que é apaixonada por Dean. Os três viajam pelas estradas do interior do país, sempre dispostos a fugir de uma vida monótona e cheia de regras. Baseado no romance de Jack Kerouac.








13 – Wilde (1997)

“Wilde” narra à vida do celebre Oscar Wilde (Stephen Fry), gênio, intelectual, poeta e dramaturgo irlandês. A descoberta tardia de sua homossexualidade transformou a vida de Wilde num inferno, enquanto ela tentava conjugar as responsabilidades para com sua carreira, a mulher, Constance (Jennifer Ehle), e os filhos com seu obsessivo pelo jovem e belo Lord Alfred Douglas (Jude Law), mais conhecido como Bosie. Processado por sodomia pelo pai de Bosie, o violento Marquês de Queensberry, Wilde tem que enfrentar a rígida moral dos tribunais da intolerante sociedade vitoriana, sendo condenado dois anos de trabalhos forçados. Mais que uma biografia, “Wilde” é o retrato de um indivíduo vítima de uma época. Somente hoje, mais de cem anos após o processo, os tribunais ingleses admitiram seu erro, considerando Oscar Wilde inocente.




14 – Capote (2005)

Em novembro de 1959, Truman Capote (Philip Seymour Hoffman) lê um artigo no jornal New York Times sobre o assassinato de quatro integrantes de uma conhecida família de fazendeiros em Holcomb, no Kansas. O assunto chama a atenção de Capote, que estava em ascensão nos Estados Unidos. Capote acredita ser esta a oportunidade perfeita de provar sua teoria de que, nas mãos do escritor certo, histórias de não-ficção podem ser tão emocionantes quanto as de ficção. Usando como argumento o impacto que o assassinato teve na pequena cidade, Capote convence a revista The New Yorker a lhe dar uma matéria sobre o assunto e, com isso, parte para o Kansas. Acompanhado por Harper Lee (Catherine Keener), sua amiga de infância, Capote surpreende a sociedade local com sua voz infantil, seus maneirismos femininos e roupas não--convencionais. Logo ele ganha a confiança de Alvin Dewey (Chris Cooper), o agente que lidera a investigação pelo assassinato. Pouco depois os assassinos, Perry Smith (Clifton Collins Jr.) e Dick Hickock (Mark Pellegrino), são capturados em Las Vegas e devolvidos ao Kansas, onde são julgados e condenados à morte. Capote os visita na prisão e logo nota que o artigo de revista que havia imaginado rendia material suficiente para um livro, que poderia revolucionar a literatura moderna.

Veja a primeira parte do especial feito por Guilherme Ziggy AQUI.

29 de outubro de 2012

Especial | 20 melhores adaptações de livros - Parte 1

(Excelente) lista organizada e realizada pelo colaborador Guilherme Ziggy


Charles Bukowski; Stephen King; Virginia Woolf; Sylvia Plath e Henry Miller são alguns dos expoentes da literatura do último século, e são eles os elementos perfeitos para uma boa adaptação cinematográfica, sejam elas suas próprias biografias, ou até mesmo as adaptações de suas obras, desde sempre Hollywood se interessou muito em transmitir as histórias e obras desses personagens para o grande público. Sendo assim, fiz uma lista com as vinte melhores adaptações dos últimos anos. Espero que gostem. 


1 – As Horas (2001)

Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.








2 – Uivo (2010)

Em São Francisco, 1957, uma obra-prima americana é colocada em julgamento. “Uivo” reconta este momento obscuro usando três perspectivas diferentes: os tumultuados eventos da vida que levaram o jovem poeta Allen Ginsberg (James Franco) a descobrir sua verdadeira voz como um artista, a reação da sociedade em relação à sua obra, e uma animação que reflete a originalidade do poema Uivo em si. As três histórias se entrelaçam para contar o nascimento da contracultura americana dos anos 50, que ficou conhecida como Beat Generation.








3 – Pergunte ao Pó (2006)

Los Angeles, década de 30. No auge da depressão, Arturo Bandini (Colin Farrell) sonha se tornar um escritor famoso. Na tentativa de escrever algo ele se hospeda em um quarto barato de hotel, mas logo o plano se mostra um fracasso: o dinheiro de Arturo está acabando e ele ainda não conseguiu escrever. É quando ele conhece Camilla Lopez (Salma Hayek), uma garçonete mexicana que sonha conseguir um bom marido e deixar o emprego. Juntos eles vivem uma relação conturbada, baseada em desejo, ciúmes e desprezo. Baseado no romance de John Fante. 







4 – Hemingway e Gellhorn (2012)

Após uma pescaria bem sucedida, o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen) conhece Martha Gellhorn (Nicole Kidman) em um bar. Interessado nela, logo a convida para um evento que ocorrerá em sua casa, onde serão discutidos meios de ajudar a defesa republicana espanhola em meio ao ataque fascista do general Franco. Neste encontro ela conhece John dos Passos (David Strathairn) e Paco Zarra (Rodrigo Santoro), que insistem para que ela vá ao front e divulgue o que está acontecendo nos jornais. Animada com a ideia, Gellhorn consegue um emprego como corresponde de guerra e parte para a Espanha. Ao saber da notícia Hemingway também vai ao país, no intuito de ajudar na confecção de um documentário sobre a batalha. Lá eles ficam hospedados no mesmo hotel e se aproximam cada vez mais, iniciando um romance que reúne paixão e inteligência.




5 – A Insustentável leveza do Ser (1987)

Nos anos 60 em Praga, Tchecoslováquia, Thomas (Daniel Day-Lewis), um médico totalmente apolítico, tem como hobby ter diversas parceiras sexuais, mas evitando sempre um maior envolvimento. Mas duas mulheres: Sabina (Lena Olin), uma artista plástica, e Tereza (Juliette Binoche), uma garçonete que sonha em ser fotógrafa, vão estar muito presentes na vida dele. Mas ao serem atingidos pelos acontecimentos de 1968, conhecido como "A Primavera de Praga", quando tanques soviéticos invadiram a capital tcheca para pôr fim a uma série de protestos, a vida deste triângulo amoroso afetada, pois seus sonhos foram destruídos e suas vidas mudariam para sempre. Baseado no romance de Milan Kundera. 





6 – Barfly – Condenados pelo Vício (1987)

Com o roteiro escrito por Charles Bukowski, “Barfly” conta a história de Henry Chinaski (Rourke), um escritor alcoólatra que inicia um romance cheio de contradições com Wanda Wilcox (Dunaway), outra frequentadora assídua dos bares de Los Angeles. Neste cenário, surge uma terceira pessoa que vai mudar a relação do casal. Após a realização do filme, Bukowski escreveu “Hollywood”, livro que relata a experiência de escrever um roteiro cinematográfico. 










7 – Sylvia (2003)

A história de Sylvia Plath (Gwyneth Paltrow), uma das mais famosas novelistas da literatura norte-americana. Nascida em Boston durante a Grande Depressão, Sylvia ainda jovem tentou cometer suicídio, na casa de sua mãe. Ela viaja à Inglaterra para estudar em Cambridge e lá conhece o jovem poeta Ted Hughes (Daniel Craig), por quem se apaixona e vive um longo romance.








16 de outubro de 2012

Crítica | A Invenção de Hugo Cabret

Crítica realizada pelo colaborador Alexandre Innani Justus.


Mais uma vez se comprova a versatilidade de Martin Scorsese em traduzir roteiros variados de cinema com uma ótica única, substancial, genuína. Do noir, ao clássico narrativo, do Neo realismo, ao cinema documentário, do dualista religioso de “A Última Tentação de Cristo”, ao existencialista “Taxi Driver”, o aclamado diretor soube com precisão caminhar entre diferentes movimentos cinematográficos e à isso se deve em grande parte ao envolvimento e paixão declarada do mesmo à sétima arte.

Seu mais recente longa-metragem, “A invenção de Hugo Cabret”, traduz exatamente este sentimento passional e nostálgico de Scorsese frente à história do Cinema. Provavelmente muitos espectadores deste filme talvez venham a considerá-lo maçante, tedioso, comparado à outros filmes de roteiro e diálogos mais incisivos do diretor, como “Os Infiltrados”, ou “Vivendo no Limite”. Todavia, essa sensação provavelmente é proveniente do desconhecimento do grande público às inúmeras referências cinematográficas que a película nos proporciona no decorrer da sua história, ao fato de que grande parte dessas referências são oriundas do longínquo cinema mudo, algumas inclusive, derivadas dos primórdios da existência do cinematógrafo, no início do século XX. 

Embora grande parte da riqueza do filme fique perdida sem a assimilação destas referências, ainda assim o filme é excelente. A começar pelo elenco: Asa Butterfield, que já havia demonstrado seu valor no drama de guerra “O menino do pijama listrado”, encarna satisfatoriamente o personagem título, e porque não dizer, ao alter-ego da própria perspectiva de Scorsese enquanto amante do cinema. Sacha Baron Cohen, fecha o papel do intimidador e abobalhado guarda e obstáculo do protagonista de maneira competente . Naturalmente que a grande atuação fica por conta do consagrado e premiado ator Ben Kingsley, que faz uma memorável interpretação do visionário diretor, produtor e roteirista, Georges Méliès. 

De maneira habilidosa, o roteiro transcende a ficção, entreposta ao desfecho verídico do filme, atingindo de certa forma uma contextualização técnica de roteiro, expondo a dicotomia entre o diretor homenageado Georges Méliès (cinema ficcional e lúdico) aos contemporâneos irmãos Lumiére (cinema consuetudinário). A maior evidência dessa contextualização se nota nas duas cenas do trem em direção ao menino: uma delas extravagante, imaginária, e a outra transposta à realidade do filme, e facilmente associada a uma das principais cenas banais gravadas pelos irmão Lumiére, a locomotiva em direção paralela a câmera, que assustava platéias à mais de 100 anos atrás. Além das inúmeras metáforas que o roteiro dispõe, principalmente acerca do autômato, o filme é recheado de Easter Eggs. Aparições não mencionadas de outros personagens históricos, como Salvador Dalí, ou as cenas aleatórias e praticamente despercebidas do produtor do filme Johnny Depp e do próprio Scorsese como coadjuvantes, somam-se à obra. 

Fica a homenagem de Martin Scorsese ao grande diretor que idealizou e vislumbrou a perspectiva de cinema que temos hoje, e que para muitos, ainda é um desconhecido. Essencial para admiradores da sétima arte. À todos que tiverem disponibilidade, assistam em 3D, inúmeros flashs de curta-metragens que costumavam apavorar os espectadores de filmes no início do século XX dada a novidade do cinema na época, ainda podem dar sustos hoje em dia, graças ao artifício bem-sucedido da tecnologia de imagem tridimensional.