8 de março de 2012

Crítica | Beleza Americana



O longa mostra a trajetória de Lester Burnham (Kevin Spacey), um típico cidadão norte-americano que vive uma mentira – sua família o odeia, principalmente sua mulher que ainda está casada com ele só por aparência.

A melhor parte de seu dia é quando fica sozinho no banheiro, masturbando-se, esquecendo o drama que é seu trabalho e seus familiares. O seu estado próximo a loucura chega ao ápice quando conhece a amiga de sua filha, a desbocada Ângela Hayes (Mena Suvari); a partir desse acontecimento, Lester decide mudar o caminho que percorria: começou a malhar, largou o trabalho que odiava – chantageando seu chefe, conseguiu um emprego em uma lanchonete, fumava maconha com seu vizinho que filmava tudo que sua filha fazia e finalmente adquiriu o carro esportivo que almejava.

Lester é apenas mais um ser – humano dominado pelas garras da sociedade moderna; ele aparenta ter uma família e um trabalho perfeitos, porém vive como um ator coadjuvante de sua própria vida; ele está tão desanimado com tudo e todos e o único escape foi a sexualidade exacerbada de Angela.

A partir dos estudos de Sigmund Freud sobre a psicanálise humana pode-se entender que a identidade (o inconsciente, regido pelo prazer) estava se sobressaindo do superego (valores e formação recebida pela família e pela sociedade, a moral), então Lester, um pai de família estava transformando-se em um irresponsável adolescente, pois sonhava com uma garota muito mais nova que ele, por vezes até parecia que sofria do Complexo de Édipo ao contrário, porque era ele que tinha manifestações fantasiosas de incesto por sua filha; enfim, ele estava vivendo uma realidade psíquica. Para o Sr. Burnham, tudo que ele fazia era a mais pura verdade, independente do que as pessoas falassem. Tudo que ele sonhava estava virando realidade.

Quando chega ao final do filme, Lester não consegue fazer sexo com Angela, porque ela era virgem e é neste momento, ironicamente, que ele liberta-se do teatro que participava, – leva um tiro de Frank, o vizinho que pensava que Lester mantinha relações homossexuais com seu filho – pois pela primeira vez ele torna-se protagonista de sua vida.

Com um elenco extraordinário, Beleza Americana reúne o belo e a lição de moral, ao motivar o público a ter uma vida mais significativa. Este filme é para as pessoas que querem ser chocadas visualmente e maravilhadas pelo roteiro sem escrúpulos.
Marina Demartini

2 comentários:

Anônimo disse...

Este filme é sensacional, não vi nada de pensamento incestuoso da parte dele. A cena que eu levo na minha, eh quando ele vai transar com sua mulher no sofá novo e ela reclama que vai manchar o sofá, mostra o nivel de futilidade que existe hoje em dia, onde a felicidade fica em segundo plano. O filme eh demais, aconselho a todos.

Anônimo disse...

concordo com o carinha ai de cima, não vi nada de incestuoso por parte de Lester. Filme muito bom!!