27 de outubro de 2011

Crítica | Metrópolis

O mediador entre a cabeça e as mãos, deve ser o coração” essa e a frase de inicio do filme “Metrópolis” de Fritz Lang. O filme é considerado por muitos críticos um clássico do cinema mudo, produzido em 1927. A história ambienta-se no século XXI, em um futuro autocrático e dominado por um empresário que controla a energia da Metrópolis. Na obra de Fritz vemos um futuro dividido entre trabalhadores e burguesia. Essa burguesia no filme e formada pelos amigos e familiares de Joh Fredersen (Albert Abel), o empresário que domina os recursos da Metrópolis.
"Metrópolis” relata o absolutismo progressista do futuro. A obra relembra muito a França no período do século XVI no governo de Luís 14, também foi um período de grandes obras na França e de uma separação nos extratos sociais franceses. Nisso começo a pensar, que na rea­lidade Fritz apenas constatou um fato na natureza humana e não vez nenhuma previsão do futuro como alguns pesquisadores de cinema propõe. “Metrópolis” está mais próximo de in­terpretar a ganância e a exploração humana do que o futuro do apocalíptico e do vício na tec­nologia.
O problema da Metrópolis passa a ser a loucura de um inventor, Rotwang (Rudolf Klein – Rogge) em causar o conflito entre os trabalhadores e os burgueses. No entanto o que é um avanço científico no filme também causa espanto, como é o caso da conversa televisionada entre Joh Fredersen e Grot, o líder dos trabalhadores, (lembrando que faltava ainda mais duas décadas para a popularização do aparelho).
No entanto outra surpresa de Fritz e um andróide da operária, Maria, que era uma líder espiri­tual dos trabalhadores e ela com o filho do empresário, Mestre Freder conseguem salvar Me­trópolis do caos. O filme e recheado de frases de efeito poéticas, talvez esse diálogo poético do filme esteja relacionado ao fato de ser uma obra sem a utilização de som ou falas, o que pede maior expressão e interpretação dos atores. Inclusive é estilo que requer uma filmagem com maior ritmo.
Fritz encanta com sua estética por utilizar planos que demonstram a Metrópolis com a utiliza­ção de panorâmicas da cidade e do submundo dos trabalhadores. Fritz fez o favor de iniciar uma das melhores ficções científicas da primeira metade do século XX. Os efeitos especiais também causam espanto, até pela época que havia sido filmado. Desconfio até que “2001 uma odisséia no espaço” de Stanley Kubrick não era tão inovador e ambientado no futuro quanto “Metropólis” de Fritz. Isso porque Fritz está mais ligado ao ser humano do que no processo técno-científico, sendo assim e mais fácil se reconhecer o ser humano do século XXI com “Me­trópolis” que os demais filmes de ficção científica.
Com último comentário, devo lembrar que em muitos sites sobre cinema podem aparecer certas explicações sobre “Metrópolis”, relatando que Fritz e um dos expoentes do expressio­nismo alemão e julgam a obra de Fritz como um clássico desse período, o importante nesse comentário, e que Fritz utiliza demais cenas externas o que na realidade está um pouco fora do padrão do expressionismo alemão. Pois no expressionismo alemão por causa do baixo or­çamento utilizavam-se mais filmagens em estúdio do que externas. As obras do inicio da car­reira de Fritz têm mais essa característica de expressionismo que seus clássicos. Gildo Antonio

Nenhum comentário: