Cada vez que sai um filme da saga “Fast and Furious”, a expectativa para saber qual é a temática acende o ânimo dos entusiastas da série, porém fica claro que os produtores estão tornando, cada vez mais, parecido com um longa de ação “normal” e a proposta inicial ‘de carros modificados’ fica em segundo plano.
No quinto filme da série, ‘Fast and Furios V: Rio Heist’, Toretto (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e alguns outros integrantes da saga, vão ao Rio de Janeiro fugindo da polícia norte-americana e começam a atacar o principal traficante da cidade. É pouco construtivo dizer que é um filme ruim, pois dentro do que se limita a fazer, o longa consegue levar ação e entreter o público. Apesar de contar com boas atuações, alguns se destacam como Vin Diesel (XxX, The Chronicles of Riddick), Sung Kang (Fast and Furious 3, 4, War) e mesmo com as suas limitações surpreendentemente “The Rock” (The Other Guys, The Scorpion King).
O filme se perde na tentativa de mostrar mais ação, se distanciando do sentido original da série, com seus rachas(corridas clandestinas) e a perseguição urbana. As cenas que aparecem corridas não são tão empolgantes quanto às do primeiro e do terceiro filme, por exemplo. Se o roteiro tem amarras mais complexas do que os demais, a vontade de englobar muita coisa acaba deixando muito vazio algumas partes. A relação de Toretto com sua irmã é praticamente ignorada no filme, parecendo que ele é mais próximo de Brian do que dela.
Outra coisa “estranha” do filme é a facilidade com que o personagem do The Rock assume postos de controle da polícia brasileira. O americano parece dominar as entrelinhas do poder policial da cidade como se tivesse algum poder legal sobre eles, chegando ao ponto de escolher policiais para trabalhar com ele. Essa parte não fica bem explicada e junto com a corrupção dos Policiais cariocas, são as cenas que mais denigrem a imagem do país.
As músicas não refletem muito a cidade. Faltou samba, pagode e até mesmo o funk legítimo carioca. Fica a sensação de que a qualquer momento começará “Eu só quero é ser feliz...”, mas esse momento nunca chega. Os personagens “brasileiros” com seu sotaque acentuado também fora algo difícil de engolir, não dá para entender o porquê de não usarem, para todos os personagens brasileiros, atores do país.
Algumas cenas espetaculares, como a corrida na Ponte Rio-Niterói, alegram o público brasileiro, mas faltou mais da cidade no filme, ainda que não fosse o tema. Comparando, Tóquio foi bem melhor apresentada do que a capital carioca. O filme, com seus limites, consegue um resultado satisfatório, nada tão inovador quanto o primeiro, mas deixou uma boa brecha para a continuação da série.
Jean Marcel
Nota: 7
Um comentário:
Acabei deixando de lado o filme para analisar outros aspectos.
Como é Possível não termos ao menos 3 atores legitimamente brasileiros nesse filme? Digo 3 pois acho que o filho do Nice e a esposa dele são os únicos realmente brasileiros? De duas coisas uma, ou eles pensam que todos os bandidos daqui são importados rsrsrs ou estão de muita sacanagem né. Não é possível tanta insistência em atores Espanhois e Portugueses para interpretar Brasileiros......
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