
Após um incidente durante a missão realizada pelo trio inicial, formado por Sanborn, Eldridge e Matt Thompson (Guy Pearce), que resulta na morte de Thompson pela detonação inesperada de uma bomba, Will James entra em cena como seu substituto. Imprudente, inconsequente e viciado em adrenalina, o personagem interpretado por Jeremy Renner incorpora perfil inverso ao de Thompson e sua desobediência e rebeldia acaba por incomodar os companheiros. Desconfortável com a maneira de agir do parceiro, Sanborn se irrita e sente dificuldades no trabalho em equipe, mas ainda assim, os três reconhecem que ao final de cada operação, é uma batalha vencida contra a morte.
O roteiro de Guerra ao Terror foi escrito pelo jornalista americano Mark Boal e foi resultado de mais de 100 entrevistas feitas com soldados e cidadãos iraquianos, somados às observações durante a sua viagem ao Iraque. Apesar de diversas vezes premiado, o roteiro de Boal sofreu acusação vinda do Sargento do Exército dos Estados Unidos, Jeffrey Sarver, que acusa a produção de ter baseado o filme e o personagem principal, William James, em sua própria vida, alegando que o longa retrata algo que aconteceu de fato, ao contrário do que a produção afirma, já que o filme é rotulado como ficção. Sarver chega a afirmar que até mesmo o apelido do protagonista no filme, “Blaster One”, era seu código-nome no Iraque.

As diversas polêmicas as quais o filme está envolvido não apagam a sua grandiosidade. Kate Bigelow, claramente apaixonada por violência e temas masculinos, soube como manipular e sensibilizar The Hurt Locker. Sem questionar os por quês da guerra ou a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, problematizar as polêmicas atuais ou alavancar a política, Bigelow converge a Guerra ao grupo de especialistas antibombas e procura focar no presente e nas situações em que os soldados vivem no momento dos conflitos. O filme dá a entender que eles vivem aqueles minutos sem pensar no que deixaram pra trás ou o que os espera no futuro.
Importante notar que ao montar o roteiro, Boal e Bigelow não se limitaram aos campos de batalhas e detonadores, também preocuparam-se em montar estrutura familiar e psicológica para os personagens. William, Sanborn e Elridge possuem perfis sólidos e marcantes, que apesar de apresentarem vidas diferentes, compartilham mesmo desejo e dever: defender os Estados Unidos da América acima de tudo.
Filmado na Jordânia, próximo a fronteira do Iraque, o filme teve aproximadamente três meses de gravação e teve sua equipe e elenco escoltada durante todo esse período. Falando em equipe, não podemos deixar de falar dos bastidores, a edição do filme é impecável, tanto os cortes, como os ângulos de filmagens, foram muito bem escolhidos. Em maioria opta-se pela câmera manual e descarta-se o tripé, os movimentos são agitados e inconstantes. Uma cena marcante (para mim): Close no olho do suspeito taxista iraquiano e em seguida na bandeira do Iraque presa ao seu retrovisor interno e seu reflexo desconfigurado no mesmo, que está com o espelho quebrado.


O
vencedor do Oscar de Melhor Filme, Diretor, Edição, Roteiro Original, Som, Edição de Som e indicado a outras três categorias em 2010 é um longa que definitivamente tem
que estar na sua lista de filmes para serem vistos. Além disso, eu recomendo o
site oficial do filme: http://www.thehurtlocker-movie.com/
, ele é muito bem feito e vale a pena conferir também!
Fala marcante:
Coronel: Quero apertar-lhe a mão.
William James: Obrigado, Senhor.
Coronel: Quantas bombas já
desarmou?
William James: Eu não tenho
certeza.
Coronel: Sargento? Eu lhe fiz uma
pergunta.
William James: ... 873, Coronel.
Coronel: 873... 873! Isso é foda.
873!
William James: Contando com a de
hoje, Coronel.
Coronel: Deve ser um recorde.
Qual é a melhor maneira de desarmar uma coisa destas?
William James: É ficando vivo,
Coronel.
Fontes: Tudo Sobre Cinema, 2011
Fontes: Tudo Sobre Cinema, 2011
Um comentário:
Muito bom!
Otima crítica!! Parabéns!!
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