18 de setembro de 2012

Crítica | Like Crazy



Em tempos de globalização, nada mais justo que um amor à distância, certo? Errado. Nem mesmo os dispositivos eletrônicos, as maiores juras de fidelidade ou até mesmo o custo baixo das passagens pode carregar anos de vivência, aqueles que apenas um sentimento em presença podem lhe dar. Carregado de drama, porém recheado de amor e realidade, o filme ‘Like Crazy’ faz o que ‘Amor à Distância’ não consegue, ele mostra como é amar sem barreiras, porém descobri-las quando não há mais tempo de as esquecer. Esquecer o sentimento. Esquecer a saudade. Esquecer o querer. Esquecer o precisar. Esquecer como louco.

Diferente dos filmes clássicos de romance/drama, ‘Like Crazy’ não faz um relato cronológico de um casal com todos os seus ‘primeiros’: encontro, beijo, sexo, briga e reconciliação. Ele mostra quantas vezes um casal pode se apaixonar (antes, depois ou durante a relação). Essa edição, além de inovadora para um gênero tão batido, consegue trazer duas sensações aos espectadores: o doce e o amargo. No primeiro momento, quando Anna (Felicity Jones), uma estudante britânica, e Jacob (Anton Yelchin), um norte-americano, se veem já se inicia a troca de olhares, os lábios mordidos e os sorrisos bobos. Quando são separados por um oceano, começa o azedume a correr no peito dos apaixonados, entregando o que a distância antes não proporcionava ao casal: a paciência.


“Eu sabia que não era legal, que era perda de tempo, que acreditava na ideia de você e eu” (trecho da poesia de Anna)


Durante o longa-metragem, tanto Anna, quanto Jacob, tenta seguir a vida após a separação. Porém, a cadeira (que ele construiu para ela) sempre está ao lado da mesa e a pulseira (que ele deu a ela) sempre presa ao pulso. Essa é outra característica interessante do filme, pois mostra que alguns objetos carregam o amor que não pode ser transportado pelo avião, tanto nos filmes quanto na vida real.


Interpretado de forma magistral por Felicity Jones e Anton Yelchin, ‘Like Crazy’ não segue normas, nem padrões, apenas acompanha o fluxo de um amor à distância, onde não há pessoas más, somente relações humanas. Até nos momentos de ‘traição’ não é possível sentir raiva de qualquer personagem, pois é passível de perdão esse sentimento de ‘preencher o espaço vazio da distância’. Premiado no Festival de Sundance, o filme consegue falar de amor de uma maneira simples e delicada, algo que não é muito visto ultimamente nas telas dos cinemas, às vezes nem na realidade.

Um comentário:

phase108 disse...

filme muito bonito
banda sonora aqui:
like crazy