Dirigido pelo pintor norte americano Julian Schnabel, O Escafandro e a Borboleta não poderia
ter outro aspecto senão artístico. O terceiro longa do diretor abrange a
história verídica de Jean Dominique Bauby (Matthieu Amalric), editor da Elle que
após sofrer um derrame, se encontra preso na Síndrome de Encarceramento, ou
seja, paralisado da cabeça aos pés, a não ser pela sua pálpebra esquerda, que
continua a funcionar.
Impossibilitado de se comunicar, Jean-Do recebe o auxílio de duas belas terapeutas, que conseguem desenvolver um jeito único do ex-editor se comunicar, através da pálpebra esquerda. “Você pensa no que quer dizer. Quando estiver acabado, pisca. Vou recitar esse alfabeto lentamente, letra por letra. Ao chegar na primeira letra da sua palavra, pisque. Vou escrevê-la e passaremos para a seguinte, e assim por diante” – diz Henriette, a fonoaudióloga interpretada por Marie-Josée Croze. O sistema torturante e lento ajudou Jean- Dominique a se comunicar e a escrever o seu Best-seller, no qual o roteiro do filme foi baseado.
O filme brinca com o passado e presente de Jean-Do, mostra seus deslizes como pai, marido e editor. Mostra a dor do seu pai (Jean-Pierre Cassel) , que por sinal teve um excelente desempenho , ao perceber o filho paralisado e a dor dos filhos ao sentir o mesmo.
O longa é narrado por Jean-Dominique e a câmera funciona
como se fosse seus olhos, dá a impressão que o telespectador está preso ao
corpo junto com o protagonista, pode-se sentir a agonia e trauma que o editor
passou, ao se ver preso e não podendo se desculpar, revelar, compensar. O
Escafandro e A Borboleta é um marco no cinema francês, além de revolucionar
tecnicamente, é também um filme de grande relevância para Medicina. Apesar de
um pouco lento, o filme não deixa o telespectador entediado, pois a expectativa
da evolução do quadro do paciente prende a atenção.
Com tons pastéis, paisagens serenas e cenas tocantes, Julian Schnabel provavelmente conseguiu eternizar o longa francês. Vale a pena conferir.
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