Em tempos de globalização, nada
mais justo que um amor à distância, certo? Errado. Nem mesmo os dispositivos
eletrônicos, as maiores juras de fidelidade ou até mesmo o custo baixo das
passagens pode carregar anos de vivência, aqueles que apenas um sentimento em
presença podem lhe dar. Carregado de drama, porém recheado de amor e realidade,
o filme ‘Like Crazy’ faz o que ‘Amor à Distância’ não consegue, ele mostra como
é amar sem barreiras, porém descobri-las quando não há mais tempo de as esquecer.
Esquecer o sentimento. Esquecer a saudade. Esquecer o querer. Esquecer o
precisar. Esquecer como louco.
Diferente dos filmes clássicos de
romance/drama, ‘Like Crazy’ não faz um relato cronológico de um casal com todos
os seus ‘primeiros’: encontro, beijo, sexo, briga e reconciliação. Ele mostra
quantas vezes um casal pode se apaixonar (antes, depois ou durante a relação).
Essa edição, além de inovadora para um gênero tão batido, consegue trazer duas
sensações aos espectadores: o doce e o amargo. No primeiro momento, quando Anna
(Felicity Jones), uma estudante britânica, e Jacob (Anton Yelchin), um
norte-americano, se veem já se inicia a troca de olhares, os lábios mordidos e
os sorrisos bobos. Quando são separados por um oceano, começa o azedume a
correr no peito dos apaixonados, entregando o que a distância antes não
proporcionava ao casal: a paciência.
“Eu sabia que não era legal, que era perda de tempo, que acreditava na
ideia de você e eu” (trecho da poesia de Anna)
Durante o longa-metragem, tanto
Anna, quanto Jacob, tenta seguir a vida após a separação. Porém, a cadeira (que
ele construiu para ela) sempre está ao lado da mesa e a pulseira (que ele deu a
ela) sempre presa ao pulso. Essa é outra característica interessante do filme,
pois mostra que alguns objetos carregam o amor que não pode ser transportado
pelo avião, tanto nos filmes quanto na vida real.
Interpretado de forma magistral por
Felicity Jones e Anton Yelchin, ‘Like Crazy’ não segue normas, nem padrões,
apenas acompanha o fluxo de um amor à distância, onde não há pessoas más,
somente relações humanas. Até nos momentos de ‘traição’ não é possível sentir
raiva de qualquer personagem, pois é passível de perdão esse sentimento de
‘preencher o espaço vazio da distância’. Premiado no Festival de Sundance, o
filme consegue falar de amor de uma maneira simples e delicada, algo que não é
muito visto ultimamente nas telas dos cinemas, às vezes nem na realidade.
Um comentário:
filme muito bonito
banda sonora aqui:
like crazy
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