21 de junho de 2013

Crítica l Western


Desertos  e violência

O Grande Roubo - 1903
Entre as areias, pólvora e sangue, os filmes do gênero western sempre foram de aspecto violento. Foi uma fórmula criada pelo cinema estadunidense nos início do séc XX e dura até hoje. O boom desse modelo de filmes se destacou pela sua facilidade na veiculação dentro das redes de televisão.

Mas para melhor exemplificar sobre um gênero que inovou as história e também estagnou a indústria, vamos começar pelos primórdios do cinema. O primeiro filme que se tem que registrado como western foi "O Grande Roubo" em 1903 de Edwin Porter, um ex-assistente de Thomas Alva Edison e também um professor de edição de filmes e sobre cinema para D. W Griffith. Neste primeiro filme já com os métodos de edição e com o close up, o chápeu, as botas e a arma começam a fazer parte daquela  visão heroico dos norte-americanos conquistando o oeste.
Em 1930 com o cinema sonoro começa suas atividades, temos o boom ou a 'era de ouro' do gênero Western com a exportação dos filmes até os anos de 1970. No entanto as obras que se destacaram por um grande tempo foi do diretor John Ford, como "O homem que matou o facínora" de 1962, "No tempos da diligências" de 1939.
John Ford
O cinema western tinha o objetivo de contar a história dos Estados Unidos, a partir da conquista do Oeste. O objetivo era mostrar sobre o período que compreendeu entre os anos de 1860 até 1880. No entanto a figura do cowboy foi construída pelos soldados do Sul dos Estados Unidos durante a Guerra Civil. Nesse aspectos temos uma figura heroica que foi formada pelo enorme genocídio ocorrido com os índios do Oeste dos Estados Unidos, mas o cowboy resistiu apenas como figura histórica no imaginário até pelo seu próprio fim antes mesmo da invenção do cinema.

Apesar de alguns abusos e absurdos o cinema western representava muito bem esse período conturbado da história dos Estados Unidos, pois realmente era uma região violenta, até a briga por mulheres era algo comum segundo os livros de história. No entanto esse modelo padrão de história caiu em desuso antes mesmo do fim da era de ouro do western. Até o próprio John Ford já havia realizado obras com um toque mais sentimental. O western porém não se restringiu aos Estados Unidos, na Europa e até mesmo no Brasil foi realizado obras com essa mesma perspectivas mas com seus toques regionais.
Lima Barreto

No Brasil com a o início das atividades da Vera Cruz a primeira tentativa de uma industrialização do cinema nacional, tivemos nossa primeira obra premiadas internacionalmente. Foi com "O cangaceiro" de 1955 e com a direção de Lima Barreto, tivemos nosso primeiro modelo de western. No entanto o gênero não vingou com a Vera Cruz, até porque Lima Barreto morreu sem nenhum lucro com o filme. Na Europa podemos definir que Sergio Leone que teve esse mesmo papel de nacionalizar um movimento estrangeiro. Mas na realidade foi uma tentativa diferente pois ele deixou suas obras com caráter original, usando de atores estadunidense e a falas em inglês.

Sergio Leone
Um destaque para o western após esse fase dos anos de 1970 e de 1980, foi para Clint Eastwood que após ser ator dos filmes de Sergio Leone, também tornou-se diretor de alguns filmes entre eles "Os Imperdoáveis" de 1990 e "Coração de Caçador" de 1989. O western sempre teve uma relação cíclica com o espectador pois ressurgiu novamente em grandes produções. Entre eles alguns blockbuster do século XXI como "Django Livre" (2013) de Quentin Tarantino e também "Bravura Indômita" (2011) um filme dos irmãos Coen. Apesar de cada vez mais esse gênero ter uma violência expostas de forma nua e crua, atenta-se para a produção que cada vez mais prima por um rigor estético. Apesar de não ser mais os anos de ouro do western, lembramos que ele também foi importante para a formação de outros movimentos cinematográficos. A discussão sobre um cinema western de vanguarda ainda não se concretizou mas que suas obras valem a pena, isso realmente é verdade.

Um comentário:

Sérgio disse...

Correção: O Cangaceiro é de 1953.