29 de fevereiro de 2012

Crítica | Howl


"Éramos só um bando de escritores que queríamos ser publicados", é com esta frase que Allen Ginsberg resume a geração beatnik. Não entendeu? Vamos às explicações. Ginsberg, então em 1957, um jovem escritor conhecido no circuito da cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, torna-se um dos expoentes desta geração pós-segunda guerra com a publicação do poema “Howl”.

Considerado ‘obsceno’ pois em suas linhas há utilização de palavrões, referências que explicitam ao sexo (tanto hétero quanto homossexual) e ao uso de drogas, a obra foi levada a julgamento. É a partir deste contexto que Rob Epstein e Jeffrey Friedman, diretores do longa, filmam os momentos obscuros vividos pelo autor deste poema que mudou o modo americano de ver a cultura.

Apesar de não ser um filme incrível, vale a pena ser visto pelo tipo de filmagem utilizada em três expectativas: a de Ginsberg, com um leve tom de biografia, sobre seus primeiros anos de faculdade, quando conheceu Jack Kerouac, suas paixões e inspirações de seus poemas; a mistura de desenho animado meio psicodélico, ao maior estilo Pink Floyd, com trechos da poesia interpretada por Allen em preto e branco; e também o processo de julgamento contra o dono da City Lights Bookstore, editor que publicou a coletânea que continha o poema.

Interpretado magistralmente por James Franco, o Harry Osbourn de Homem-Aranha, com um elenco de ótimos atores como Jeff Daniels, Mary-Louise Parker e Paul Rudd, “Howl” não é um filme que concorreria ao Oscar, porém questiona qual seria o verdadeiro modo de expressão dos escritores. Para quem ama poesia, é uma ótima pedida.
Marina Demartini

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