3 de fevereiro de 2012

Crítica | Os Homens Que Não Amavam As Mulheres


Encarregado de fazer a difícil tarefa de dar vida (novamente) ao Best-seller de Stieg Larsson, David Fincher teve um grande compromisso com os fãs da saga sueca e principalmente com os cinéfilos, que não recebem remakes de braços abertos.

Os Homens Que Não Amavam as mulheres conta com Daniel Kraig interpretando o jornalista Mikael Blomkvist que, após ser condenado pela mídia ao ser acusado por difamação, é procurado por um velho milionário para desvendar o suposto assassino de sua sobrinha predileta, Harriet, ocorrido há décadas. A vida de Blomkvist se cruza com a hacker Lisbeth Salander (a indicada ao Oscar, Rooney Mara), quando o jornalista descobre que foi assunto principal de um dossiê completíssimo e ilegal feito pela jovem perturbada. Ao desenrolar da história, Salander e Blomkvist compartilham suas habilidades a favor do desvendamento do crime.

Por ser uma segunda adaptação cinematográfica para o romance, é inevitável a comparação da obra de Fincher com a obra sueca de Niels Arden Oplev. De início podemos notar que o investimento foi muito maior na segunda versão, a qual fez maior proveito dos detalhes importantes fornecidos no livro, o que de certa forma, deu maior satisfação aos leitores. Em contrapartida, com relação aos atores não há nada a ser desmerecido na versão de 2009, os suecos desempenharam-se tão bem quanto os da versão mais recente.

Millenium 1 passou pelos olhares críticos e como resultado está concorrendo a 5 estatuetas de ouro, entre elas destaca-se, a já citada anteriormente, a indicação de Rooney Mara como melhor atriz. Mara mostra-se impecável ao desempenhar extremos, em contrapartida, deixa a desejar em cenas de diálogo simples; A atriz apresenta-se experiente ao julgar pelos poucos anos de trabalho.

Além desta categoria, o filme de Fincher também concorre nas categorias: Fotografia, Montagem, Edição de Som e Mixagem de Som, questões técnicas que foram minuciosamente trabalhadas. Quanto a fotografia não podemos negar que a “beleza branca” do inverno sueco colaborou nas imagens, mas que em questões mais simples (o enquadramento vindo de cima no rosto de Bjurman e de Lisbeth) também foram geniais. Quanto ao som, na cena em que a jovem perturbada encontra-se tranqüila em seu apartamento, ocupada com o computador, podemos notar a atenção que a equipe de som teve. Conseguimos ouvir barulho de uma banda (deixando a impressão certa de que ela mora em lugar agitado), um bebê chorando, risadas no corredor e barulhos de carro na rua, detalhes simples que passam a perfeita noção de normalidade.

Apesar das cinco indicações, vale lembrar que o roteiro de Steve Zaillian foi injustamente esquecido na categoria de Melhor Roteiro Adaptado, já que Zaillan foi muito competente na adaptação do romance. Ao contrário da versão cinematográfica sueca, em que muitas partes o telespectador se perdia e ficava sem respostas, na nova versão o filme se desenvolve claramente.

Os Homens Que Não Amavam As Mulheres chamou a atenção da crítica e dos telespectadores e a boa impressão é mérito da experiência de Fincher e de sua cobrança quanto à atuação. Terminado o filme, a sensação que fica é a de satisfação, tanto dos cinéfilos, como dos amantes de um bom romance.

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