Feminilidade, maternidade, lembranças, aliás, mais que isso, o
filme de 1999, de Pedro Almodóvar, “Tudo sobre a minha mãe”, fala sobre gênero
e amor.
Repleto de cores fortes e fotografia marcante, a película se passa
em Barcelona, Espanha, com o retorno de Manuela (Cecilia Roth, uma das musas de
Almodóvar). Logo no início, um personagem memorável, daquele tipo que você
chora de orgulho, Agrado (Antonia San Juan, ‘La Chica’, 2005), cujo maior
desejo da vida é “agradar a todos” é apresentado, sendo “salvo” da agressão
física pela amiga Manuela a qual não via há 18 anos, além de Agrado, nos é
apresentado também, Lola. Lola é definida como “um machista com tetas”, é
aquele tipo de “pessoa-furação”, vem, vê, vence (destrói tudo) e some. Lola,
Agrado e Manuela se conhecem dos velhos tempos, desde o começo da “carreira” de
Agrado e Lola na prostituição.
A última pessoa a ver Lola pela cidade, foi Rosa (Pernélope Cruz, ‘Piratas do
Caribe: Navegando em Águas Misteriosas’, 2011), uma assistente social meio
esquisita que acabou grávida, esse não é um personagem muito definido, ela não
se decide se é infantil ou madura, e isso me incomodou um pouco. Um personagem muito
forte, é Huma Rojo (Marisa Parede, ‘El espinazo del diablo’, 2002), uma atriz
de teatro, que interpreta Blanche, na peça “Um Bonde Chamado Desejo”, detalhe
fundamental no filme, tanto pelo enredo, quanto pela densidade e intertextualidade.
Manuela,
após chegar a Barcelona, para contar uma notícia desagradável para Lola, acaba
trabalhando como assistente de Huma, que com o desenrolar da história,
descobre-se parte da vida de Manuela. Eu realmente não quero entrar em detalhes
da trama do filme, é uma boa trama, não consideraria um drama, por ser extremamente
real, palpável, deixo o enredo a ser desvendado por vocês, e juro, é uma bela
história de amor.
É um ótimo
“documentário”, uma película sensível (típica de Almodóvar), sobre amor e
gênero, deixa claro que todos podem ser amados por uma mãe, seja ela mulher ou
homem, biológico ou sentimental, não dando relevância ao sexo, mas sim ao sentimento
de ser mulher e saber amar.
E eu aprendi
a amar Almodóvar.
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