3 de agosto de 2011

Crítica | Capitão América

Pouco do velho heroismo Yankee no novo Capitão América
Jean Marcel


O Ultimo filme de heróis da Marvel Comics que precede e prepara o terreno para "The Avengers" estreou nos cinemas nacionais na ultima semana. "Captain America: The first avenger" contando a história do principal herói da "Casa das ideia chegou para surpreender, até certo ponto, alguns fãs que esperavam um filme totalmente voltado ao público em geral (principal defeito das adaptações para uma boa parte dos adeptos das hqs).


Contando desde a época em que Steve Rogers, interpretado por Chris Evans (Fantastic Four, Losers) era apenas um garoto baixo, fraco, magro e com asma, mas que por diversas vezes tenta se alistar no exército yankee para enfrentar a ameaça nazista até o seu "descongelamento", uma das cenas mais vezes recriadas nos quadrinhos modernos, o filme introduz a história do personagem ao público que não está acostumado a ler histórias do gênero, ao mesmo tempo que agrada os fãs mais tradicionais, colocando um enredo complexo e amarrado, prendendo a atenção do público.

Joe Johnston traz um filme que, no limite das amarras da história e do simbolismo do personagem, demonstra algumas fraquezas do país na época, mesmo com o já esperado posicionamento vencedor dos Estados Unidos. Desde as expressões dos soldados ao encontrar pela primeira vez Steve Rogers até a "comercialização" da imagem do personagem pelo oportunista senador, vemos uma maneira diferente de representar os yankees na época da segunda grande guerra.

Questionado por alguns fãs, Chris Evans não decepciona no papel de Steve Rogers. Sua atuação melhora após o experimento feito para deixar o personagem mais forte, parece que o ator incorporou melhor o espirito do personagem nessa segunda fase do personagem, porém as atuações mais destacadas no filme foram de Tomy Lee Jones (MIB, Batman Forever) interpretando Coronel Philips e o, até então, desconhecido Dominic Cooper, interpretando Howard Stark, pai de Tony Stark, o homem de ferro. Se a atuação de Tomy Lee Jones já era claramente algo a se analisar individualmente no filme, Dominic surpreende, tomando a atenção para seu personagem nas cenas que contracenava com Chris Evans e com Hayley Atwell (The Pillars of the Earth).

A parte mais precária do filme foi a caracterização da época. Algumas cenas, tanto pelo modo como interagiam os personagens, como pela ambientação, o filme não lembrava ao público que estavam na época da guerra. Peças de vestuário confusas dificultavam essa percepção de tempo, totalmente necessária para que o filme fosse melhor apreciado.

Como já dito, o filme surpreendeu por usar temas complexos da história do personagem, já que era esperado um filme mais brando e leve. O duelo dos aliados contra a Hidra, a função do Caveira Vermelha, o gancho com Asgard e o poder de Odin mostraram que a Marvel está preocupada também com os seus fãs tradicionais e com a integração dos personagens da casa.
Como preparativo e préludio para Vingadores, o filme não deixa a desejar. Se fica atrás dos demais lançados pela Marvel no ano, deve-se mais a qualidade de Thor e X-men: First Class, não a falta da qualidade da produção de Joe Johnston. Apesar de alguns defeitos, o filme é obrigatório para todos os fãs de quadrinhos e de cinema no geral, uma apresentação dos rumos que as adaptações estão tomando e a diferença de qualidade das novas produções, tanto estéticamente quanto no roteiro e na construções dos personagens, comparados aos filmes antigos de heróis.
Nota: 8,0

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