17 de julho de 2013

Crítica | O Cavalheiro Solitário


A história se passa em 1869, no Texas. John (Armie Hammer) é um homem da lei que acaba de retornar a sua cidade natal, onde vive seu irmão Dan (James Badge Dale), com sua mulher Rebecca (Ruth Wilson) e seu filho Danny (Bryant Prince). John está disposto a resolver tudo na justiça e cumprir as leis ao pé da letra, ao contrário do contexto em que vive que predomina a política do “olho por olho, dente por dente”.
Ao acompanhar o Texas Rangers em uma patrulha pelo deserto ao lado do irmão, o grupo acaba sendo encurralado pelos capangas de Butch Cavendish (William Fichtner), bandido foragido com fama de comer carne humana. Todos são assassinados, com exceção de John, que fica a beira da morte. O índio Tonto (Johnny Depp) o encontra e resolve ajudá-lo quando um cavalo branco para diante do corpo inerte de John. Tonto acredita que John foi escolhido como mensageiro espiritual e que como voltou da morte, não pode mais ser morto. A partir daí John começa a usar uma máscara e ao lado de Tonto, segue a procura da justiça, a justiça contra Cavendish.
O filme é estruturado em forma de flashbacks do velho índio Tonto, o que não deixa de ser um belo recurso, porém o roteiro o desvalorizou e deixou muito a desejar, o filme se arrastou pelas longas duas horas e meia de duração. Escrito por Justin Haythe, Ted Elliott e Terry Rossio, o roteiro não possui ritmo e só consegue engrenar nas cenas finais de ação, em que nos lembramos dos velhos filmes de faroeste. A aventura, ação e comédia estão presentes, é uma pena que somente na última parte do filme.
No que diz respeito à atuação, os atores parecem não ter a química ou entrosamento necessário, os protagonistas são companheiros, porém não passam a ideia de cúmplices. Outro par que definitivamente não deu liga foi o do protagonista John, com sua cunhada e amada Rebecca, não há paixão no sentimento dos dois, apenas trocas de olhares frios.


Armie Hammer faz de John Reid um homem covarde, o que era pra ser um homem ao lado da justiça, contra a violência, acaba sendo um homem frouxo, “cavalheiro cagão”, com o perdão da palavra. Seu medo de usar a arma em momentos decisivos deixa o telespectador com certa raiva do herói. O cavalo branco, Silver, acaba sendo mais corajoso que o próprio dono.
Não é surpresa que em um filme de Johnny Depp, há a presença de Helena Bonham Carter – interpretando a dona de um cabaré – que apesar de sua atuação plena, nos faz perguntar do por que da existência da personagem ou por que a grande atriz para o pequeno papel. Eles são realmente inseparáveis? Tim Burton que pregue um olho no seu melhor amigo. Por falar nele, é claro, arrancou várias risadas. Johnny Depp e seu jeito peculiar de atuação já se tornaram marca registrada do ator, porém, me pego pensando se esses tiques também são inseparáveis do ator.
Como dito anteriormente, o auge da trama é a cena final, na qual se utiliza a trilha sonora original de “Zorro e Tonto” para embalar a troca de tiros sobre o trem. Para que o filme atingisse algo memorável na história da sétima arte, precisaria de um roteiro com maior ritmo e atores com maior entrosamento e entusiasmo. O Cavalheiro Solitário deixa a desejar e se salva apenas pela última cena.

2 de julho de 2013

Crítica | The Bling Ring

“Um filme que não poderia ser feito 10 anos atrás”. Sofia Coppola não poderia estar mais correta nessa frase. Fugindo um pouco de sua característica existencialista, presente nos filmes “Encontros e Desencontros” e “Um Lugar Qualquer”, a diretora ataca o culto às celebridades e a criação de ilusões e desejos por parte da mídia norte-americana sensacionalista, através do filme “The Bling Ring”, que possui Emma Watson (Harry Potter e The Perks of Being a Walflower) no elenco.

O título do filme é óbvio, já que Bling Ring foi o nome dado pela mídia estadunidense à gangue de jovens que roubava as mansões das celebridades em Los Angeles. Sim, a história é baseada em fatos reais e chegou aos ouvidos e olhos de Coppola através de um artigo publicado na Vanity Fair em 2010, pela jornalista Nancy Jo Sales, que foi intitulado como “Os Suspeitos Usavam Louboutins”. Interessada pela história, a diretora começou sua caça pelos cinco atores que iriam compor a ‘gangue’. Primeiramente, a vontade de Coppola era ter apenas atores desconhecidos, para mostrar o contraste com os personagens reais que conseguiram fugir do anônimato. Contudo, decidiu aceitar Watson (Nicky) no elenco, que apesar de mostrar no trailer, não é o centro das atrações. Quem comanda as cenas e também a quadrilha de jovens bem sucedidos é a novata Katie Chang (Rebecca), que assim como Scarlett Johansson consegue fazer uma faísca virar um incêndio em cada momento que aparece.

Além de Watson, que precisou perder o sotaque britânico para interpretar sua personagem, Israel Broussard (Mark) também precisou adentrar no mundo da moda e entender o lifestyle de Los Angeles – para isso os atores tiveram ajuda de Claire Julien (Chloe), que também compoe o elenco e é natural da cidade.

Apesar do longa demorar para engrenar em seus primeiros vinte minutos, ele mostra para o que veio incorporando a estética das redes sociais e reality shows, jorrando freneticamente imagens de celebridades, fotos em redes sociais – o que também remonta a velocidade que as informações são transmitidas na internet – vídeos do TMZ. A contemporâneidade e o espírito livre dos jovens também é remontado na linguagem solta e cheia de expressões – compostas na sua maioria pela palavra ‘bitch’ (vadia em inglês).



Para os olhares menos apurados, “The Bling Ring” pode parecer um filme fútil e até mesmo desnecessário. Contudo a crítica sutíl e lúcida de Coppola sobre o mundo das celebridades e como a juventude é manipulada pelo falso glamour e as festas de Hollywood, transborda pela tela do cinema e mostra com fatos, e o olhar perdido de Mark após a sentença, quão suja e sem sentido é a vida hollywoodiana.


28 de junho de 2013

Crítica | All Superheroes must DIE

Mas oe, uma semana que ninguém posta nada aqui: final de semestre. Entreguei meu TCC essa semana, e tal, ENFIM, oi. Hoje eu não vou falar de terror (!) Mas é um filme que eu curti MUITO e preciso compartilhar a emoção galera. Seguinte, Todo super-herói deve morrer? 

A proposta do filme me agradou muito: um grupo de pessoas em um local desconhecido precisando realizar tarefas pra salvar a própria pele. Jogos Mortais? NÃO! Eles são super-heróis que precisam lutar contra super-vilões pra salvar os habitantes locais, que estão presos em bombas por toda a cidade. 

A direção e produção do filme é BEM bacana, (e os diretores são os produtores e os protagonistas do filme também. Seria isso falta de renda?) lembram do clipe "you belong with me", da Taylor Swift? O diretor é o jovem loirinho que atua no clipe, Lucas Till. Ele tem 22 aninhos e dirigiu alguns curtas, participou de X-Men, fez uma série de coisas famosas e não deixou a desejar em All Superheroes Must Die. 

A produção é independente, foi premiada pela After Dark Festival de Toronto, e traz um nome de peeeeeso, James Remar (Dexter, Sex and The City, X-Men, milhões de séries e filmes). Ele interpreta o ótimo vilão RickyShaw, que resolve se vingar dos heróis que o colocaram na cadeia armando esse jogo com várias atividades para eles. Funciona como uma ficção/ação de tensão psicológica bem f*da. 

Cenários e roupas então: IMPECÁVEIS. os uniformes dos heróis e a cidade abandonada muito bem feitos. Os quatro protagonistas (Change, Cutthrot, Shadow e Wall) mostram o lado humano dos heróis. E mostram que esse lado não é muito cativante. Bem interessante saber o que pessoas "de honra" fazem sob pressão para salvar quem devem ou quem precisam.